A 291 dias da abertura da Copa em Itaquera, a reportagem desta Gazeta foi até a Arena Corinthians para conversar com o engenheiro responsável pela obra, Frederico Marcos de Almeida H. Barbosa, da Odebrecht Infraestrutura.
Prestes a entregar o estádio (o cronograma está mantido para dezembro), os trabalhos estão muito próximos de serem concluídos. Perguntado sobre a experiência de estar à frente da construção do estádio que irá sediar a abertura de um dos mais importantes torneios esportivos, Frederico respondeu:
“Digo que é uma experiência única. Primeiro pelo que a obra representa em si, depois pela grandiosidade do Corinthians e pela paixão que a torcida tem pelo clube. É algo inexplicável o carinho que eles têm pelo time, pelo estádio, como participaram de todos os processos da obra, sem falar do sentimento de orgulho, emoção e de felicidade de todos os profissionais que passaram por aqui e dos que ainda trabalham. Foram realizados vários cursos profissionalizantes, eventos, jogos, visitas… Todos vestem a mesma camisa e compartilham igualmente o sucesso da obra. Foi realmente tudo muito especial”, destacou.
TECNOLOGIA DE PONTA
Com uma tecnologia ímpar, a Arena Corinthians conta, por exemplo, na fachada externa do prédio leste, com um enorme telão de painel de Led. São 170 metros de largura por 20 metros de altura. Já os banheiros têm sensores de descarga e telas nas paredes das pias para que o torcedor não perca nenhum lance do jogo em andamento.
A fachada principal do estádio também é suntuosa. Toda em pele de vidro, ela dá acesso ao prédio que terá restaurante, auditório, camarotes, lojas de concessão, entre outros espaços que compõem o projeto. Para a Copa, haverá estrutura para o trabalho simultâneo de cinco mil jornalistas.
“Este projeto é incrível. O estádio é totalmente autônomo e conta com estrutura para receber novas tecnologias lá na frente, se precisar. Tem captação de água da chuva para o seu reaproveitamento, os acessos são interligados, as galerias se comunicam, as arquibancadas oferecem total visão do campo em qualquer um dos assentos e a sua localização, no alto, é outro ponto interessante”, destacou Frederico.
FRENTES SIMULTÂNEAS
Faltando praticamente quatro meses para a entrega, os trabalhos acontecem quase que simultaneamente: nos sistemas hidráulicos, nas instalações elétricas, na colocação de revestimentos e forros, na instalação do sistema de som, na iluminação do campo, do preparo para colocação dos assentos, entre outros serviços, como da finalização da cobertura metálica e do contrapiso em alguns setores da área externa, por exemplo.
MATURAÇÃO DA GRAMA
Semeada no dia 25 de junho, a grama que compõe o campo já passou por um corte e recebe tratamento especial. Chamada de “grama de inverno”, ela foi estrategicamente pensada para o mundial.
“Foi semeada, nascida, cultivada e maturada no inverno para ser acompanhada de perto no verão e estar em sua condição máxima, e também adaptada, no ano que vem, no mês da Copa, quando volta a cair a temperatura. Para isso, foi elaborado todo um estudo e há uma tecnologia de ponta, debaixo do campo, para resfriar a grama nos dias mais quentes e para seus cuidados ao longo de sua vida”, explicou o engenheiro.
DEMARCAÇÃO DO CAMPO
Pela programação, a demarcação do campo deve acontecer agora, na última semana de agosto. Também está prevista para o fim do mês a conclusão da instalação dos assentos da arquibancada leste inferior e da cobertura metálica.
O projeto do estádio foi elaborado pelo escritório CDCA representado pelos arquitetos Anibal Coutinho e Antonio Paulo Cordeiro. Os trabalhos foram iniciados em 30 de maio de 2011 e a previsão do Corinthians é que os primeiros jogos-testes no estádio, em Itaquera, aconteçam em fevereiro.