Há cerca de seis meses, a reportagem desta Gazeta alertou sobre os problemas relacionados ao uso de drogas e à prática da prostituição que vêm ocorrendo em um terreno pertencente ao Metrô, localizado na Avenida Dr. Luiz Aires, em frente à Avenida Ignácio Curi e à UPA Dr. Sócrates, em Itaquera. De lá para cá, uma empresa contratada pela Companhia do Metropolitano esteve na frente do terreno para limpar o mato que estava invadindo a calçada e retirar parte do entulho lançado no local todos os dias.
Feito isso, os homens responsáveis pela limpeza não retornaram mais e a área tornou-se ainda mais perigosa, pois o número de usuários de drogas nas proximidades só aumentou. Somado ao fluxo de dependentes químicos, também fazem uso do terreno as mulheres e travestis que abordam pedestres no endereço durante o dia e à noite. A entrada deles no local é facilitada pelo fato de não existir mais o gradil de proteção. Além disso, com o mato alto, muitos homens são surpreendidos nas abordagens, pois não há como ver a pessoa.
A ação da empresa que deveria cuidar do terreno só durou aproximadamente uma semana. Logo depois, as drogas voltaram a ser vendidas e os usuários tomaram os semáforos para tentar lavar os vidros dos carros em troca de moedas. Enquanto isso, a área aberta também passou a servir como moradia para alguns sem-teto que puderam montar suas barracas. Nem a grande quantidade de árvores impediu que os “ocupantes” criassem trilhas para entrar e sair sem serem incomodados.
Pior para os pacientes da UPA, passageiros de ônibus ou do Metrô Itaquera e até para os funcionários de lojas de um shopping próximo. Um dos trabalhadores, que preferiu não se identificar, disse ter receio de passar à noite pelo lugar. “Durante o dia também fico preocupado, pois geralmente estou acompanhado de minha mulher e filhos e sou obrigado a passar em frente ao matagal”, explicou.
Por conta das constantes abordagens, as pessoas pedem o apoio da Polícia Militar para aumentar o número de rondas naquele trecho da avenida.