Além de terem suas aulas adiadas por 42 dias, alguns alunos da USP Leste tiveram que encarar o retorno às aulas de uma maneira, no mínimo inusitada, pois no dia 31 de março, foi realizada uma aula aberta comandada pela professora Elizabete Franco Cruz, do curso de Obstetrícia e do mestrado em Mudança Social e Participação Política, que reuniu mais de 100 alunos na entrada da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), no Tatuapé.
CONTINUA
O campus da USP Leste que fica em Ermelino Matarazzo, na Zona Leste, está com concentração de gás metano no solo e por esse motivo continua interditado. Por conta disso a solução que a universidade encontrou foi dividir os mais de 4.500 estudantes em quatro campus diferentes: na Universidade Cidade de São Paulo (Unicid) no Tatuapé; na Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec), também no Tatuapé; no Complexo do Hospital das Clínicas, em Cerqueira César; e no campus da própria USP no Butantã.
QUEIXAS
Os locais foram divididos de acordo com os cursos e períodos: alunos do matutino e vespertino estão tendo aula na Unicid e na Fatec, e os que estudam no período noturno estão sendo alocados na Cidade Universitária.
Quem mora na Zona Leste, por exemplo, e terá que fazer suas aulas na unidade da Cidade Universitária, poderá levar até 3 horas para chegar ao local, como é o caso da aluna Karine Lopes, que mora no Itaim Paulista e tem que pegar dois ônibus, trem e metrô.
De acordo com a aluna de gestão ambiental, Isabella Carrasco, a mudança ficou pior mesmo para aqueles que estudam no período noturno, cursam disciplinas em dois turnos e/ou para os que precisam estagiar.
As aulas de Isabella estão sendo na Unicid e a única certeza que ela tem por enquanto, é que o aluguel das salas vai até o dia 31 de julho. Depois dessa data ela afirma que nada foi definido.
De acordo com comunicado disponível no site da universidade “o critério de alocação foi tentar colocar um mesmo curso numa mesma unidade da USP para facilitar deslocamentos”.
PROFESSORES
Em meio a essa situação, alguns professores fazem o que podem. A professora Adriana Tufaile caminhou, 2,2 quilômetros, no dia 8 de abril, entre sua casa e a Unicid, com um carrinho de feira e uma sacola plástica cheios de equipamentos eletrônicos. Esse era o material para a aula de Eletricidade, que daria para os alunos da graduação em Licenciatura em Ciências da Natureza da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (Each), da USP.
Apesar dos esforços, nem tudo pode ser resolvido com boa vontade. Para a professora Michele Schultz, no entanto, não existe a possibilidade de fazer o transporte do material necessário para as suas aulas práticas. Ela dá aulas de Fundamentos Biológicos, disciplina que inclui conteúdos de anatomia humana e é dividida entre aulas práticas e teóricas. Fora do câmpus, ela está sem os modelos anatômicos necessários para a disciplina.
SEM GREVE
Apesar da situação não ser a ideal, alunos, professores e funcionários decidiram descartar a opção de greve por enquanto.
A USP informou que está tomando as providências exigidas pela Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (Cetesb) sobre a contaminação do campus da Zona Leste.
Na quinta-feira, 9 de abril, em uma reunião da Congregação da USP Leste, órgão máximo da unidade, foi feito um pedido de uma verba de R$ 10 mil para cada um dos professores-pesquisadores. A unidade tem cerca de 250 docentes realizando atividades de pesquisa, ensino e extensão, o que resultaria em um gasto de ao menos R$ 2,5 milhões.
Em nota divulgada a direção da unidade diz que está buscando soluções. Entre as medidas mencionadas na nota estão uma solicitação feita à São Paulo Transporte (SPTrans) para que seja aumentada a frequência de ônibus da Cidade Universitária para a Estação Butantã do Metrô no período noturno. O pedido por um bandejão, que era uma das principais reclamações dos alunos durante a realocação das aulas para a Fatec e a Unicid, foi atendido e instalado na Fatec. O refeitório tem apenas 50 lugares e atenderá tanto os estudantes da USP que estão tendo aulas na própria unidade, quanto os outros que estão alocados na Unicid.
Além de terem suas aulas adiadas por 42 dias, alguns alunos da USP Leste tiveram que encarar o retorno às aulas de uma maneira, no mínimo inusitada, pois no dia 31 de março, foi realizada uma aula aberta comandada pela professora Elizabete Franco Cruz, do curso de Obstetrícia e do mestrado em Mudança Social e Participação Política, que reuniu mais de 100 alunos na entrada da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), no Tatuapé.
CONTINUA
O campus da USP Leste que fica em Ermelino Matarazzo, na Zona Leste, está com concentração de gás metano no solo e por esse motivo continua interditado. Por conta disso a solução que a universidade encontrou foi dividir os mais de 4.500 estudantes em quatro campus diferentes: na Universidade Cidade de São Paulo (Unicid) no Tatuapé; na Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec), também no Tatuapé; no Complexo do Hospital das Clínicas, em Cerqueira César; e no campus da própria USP no Butantã.
QUEIXAS
Os locais foram divididos de acordo com os cursos e períodos: alunos do matutino e vespertino estão tendo aula na Unicid e na Fatec, e os que estudam no período noturno estão sendo alocados na Cidade Universitária.
Quem mora na Zona Leste, por exemplo, e terá que fazer suas aulas na unidade da Cidade Universitária, poderá levar até 3 horas para chegar ao local, como é o caso da aluna Karine Lopes, que mora no Itaim Paulista e tem que pegar dois ônibus, trem e metrô.
De acordo com a aluna de gestão ambiental, Isabella Carrasco, a mudança ficou pior mesmo para aqueles que estudam no período noturno, cursam disciplinas em dois turnos e/ou para os que precisam estagiar.
As aulas de Isabella estão sendo na Unicid e a única certeza que ela tem por enquanto, é que o aluguel das salas vai até o dia 31 de julho. Depois dessa data ela afirma que nada foi definido.
De acordo com comunicado disponível no site da universidade “o critério de alocação foi tentar colocar um mesmo curso numa mesma unidade da USP para facilitar deslocamentos”.
PROFESSORES
Em meio a essa situação, alguns professores fazem o que podem. A professora Adriana Tufaile caminhou, 2,2 quilômetros, no dia 8 de abril, entre sua casa e a Unicid, com um carrinho de feira e uma sacola plástica cheios de equipamentos eletrônicos. Esse era o material para a aula de Eletricidade, que daria para os alunos da graduação em Licenciatura em Ciências da Natureza da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (Each), da USP.
Apesar dos esforços, nem tudo pode ser resolvido com boa vontade. Para a professora Michele Schultz, no entanto, não existe a possibilidade de fazer o transporte do material necessário para as suas aulas práticas. Ela dá aulas de Fundamentos Biológicos, disciplina que inclui conteúdos de anatomia humana e é dividida entre aulas práticas e teóricas. Fora do câmpus, ela está sem os modelos anatômicos necessários para a disciplina.
SEM GREVE
Apesar da situação não ser a ideal, alunos, professores e funcionários decidiram descartar a opção de greve por enquanto.
A USP informou que está tomando as providências exigidas pela Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (Cetesb) sobre a contaminação do campus da Zona Leste.
Na quinta-feira, 9 de abril, em uma reunião da Congregação da USP Leste, órgão máximo da unidade, foi feito um pedido de uma verba de R$ 10 mil para cada um dos professores-pesquisadores. A unidade tem cerca de 250 docentes realizando atividades de pesquisa, ensino e extensão, o que resultaria em um gasto de ao menos R$ 2,5 milhões.
Em nota divulgada a direção da unidade diz que está buscando soluções. Entre as medidas mencionadas na nota estão uma solicitação feita à São Paulo Transporte (SPTrans) para que seja aumentada a frequência de ônibus da Cidade Universitária para a Estação Butantã do Metrô no período noturno. O pedido por um bandejão, que era uma das principais reclamações dos alunos durante a realocação das aulas para a Fatec e a Unicid, foi atendido e instalado na Fatec. O refeitório tem apenas 50 lugares e atenderá tanto os estudantes da USP que estão tendo aulas na própria unidade, quanto os outros que estão alocados na Unicid.