Em 1992, o Departamento Municipal do Patrimônio Histórico (DPH) determinou o tombamento de todos os imóveis da Vila Maria Zélia, criada em 1917. Quatorze anos depois, em 2006, a Prefeitura assinou um convênio com o INSS para realizar a restauração da Vila. Na época, o prefeito Gilberto Kassab falou da possibilidade de criar cursos profissionalizantes e centros de capacitação para fomento ao empreendedorismo.
GRUPO DE TEATRO
Segundo a Secretaria Municipal da Cultura, os prédios históricos sob responsabilidade do DPH são denominados como: restaurante, farmácia, escola dos meninos, escola das meninas, açougue e administração. De 2008 para cá, o Departamento ficou responsável pelas obras de consolidação e limpeza no imóvel do restaurante, com confecção de cobertura provisória a fim de proteger o imóvel. O edifício denominado “farmácia” é utilizado no andar térreo, há alguns anos, pelo Grupo XIX de teatro e como um pequeno museu da história da Vila.
SEM CONQUISTAS
Em 20 anos de expectativa, desde o tombamento dos imóveis, os moradores afirmam que praticamente nada foi conquistado. No portal da Sociedade Amigos de Vila Maria Zélia, por exemplo, é possível ver toda a indignação de membros da Comissão de Patrimônio. Flávio Taveira e Margareth Messias dizem que a fábrica de juta e o coreto foram vendidos para uma empresa do ramo de pneus, enquanto a área do campo de futebol foi ocupada por um posto médico. O único local preservado é a Capela São José.
NOMES DE RUAS
Atualmente, logo na entrada da vila já se avistam as ruínas do prédio onde funcionava a sapataria, o restaurante e o salão de bailes. Mais à esquerda o antigo armazém e entre eles a Capela. Andando um pouco mais, pela rua da igreja, encontra-se a Escola de Meninas, totalmente destruída, inclusive por árvores que crescem dentro da construção.
Os integrantes da comissão dizem que a batalha dos moradores é pela revitalização das áreas em ruínas, pertencentes ao INSS. Eles querem transformar locais como o armazém, por exemplo, em oficinas culturais e de atividades para a turma da 3ª idade. Outra proposta é a mudança do nome das ruas para homenagear pessoas e famílias que fazem ou fizeram parte da história do local.
MUSEU DA VILA
A Sociedade Amigos também intensificará a busca por empresas interessadas em apoiar os projetos de revitalização da vila. Conforme alguns associados, já existem pelo menos três grandes empresas interessadas em participar da iniciativa. O objetivo é transformar as duas escolas e os dois antigos armazéns em espaços de exposições e mostras culturais, além de um centro de memória ou museu sobre a história da vila.