A Rua Melo Peixoto voltou ao debate entre motoristas e moradores da região do Tatuapé. Após a implantação de uma nova ciclofaixa na via, na pista do sentido bairro, as pessoas passaram a conviver com congestionamentos de quase dois quilômetros, no lado oposto, sentido centro, que vão desde a Rua Toledo Piza até a Rua Catiguá. De acordo com Rogério Félix Martins, que vive há mais de 30 anos no bairro, o problema se deu depois que as pistas foram estreitadas para a instalação do equipamento que faz parte do sistema cicloviário.
PISTA ÚNICA PARA O CENTRO
Conforme ele, primeiro a CET apagou a sinalização anterior, que possibilitava o tráfego em pista dupla, sentido centro, e uma pista única para quem voltava para o bairro. Depois, com a nova reconfiguração do trânsito, agora o estacionamento de veículos do lado direito da pista, sentido centro, está proibido. No entanto, com a chegada da ciclofaixa, a pista sentido bairro ficou mais centralizada e, consequentemente, o espaço que era voltado ao estacionamento foi incorporado ao sentido centro. Assim, a situação atual é a seguinte: ciclofaixa, uma pista sentido centro e a outra sentido bairro.
VOLUME DE CARROS É GRANDE
Desse modo, como a rua continua sendo uma alternativa para quem quer fugir do trânsito das avenidas Radial Leste e Celso Garcia, o volume de carros não diminuiu. Além disso, existe o agravante de que os semáforos localizados junto às ruas José Fernandes Torres, Salvador de Lima, Vilela e Bernardo Magalhães aparentemente não tiveram modificações em seus tempos de abertura e fechamento. Assim, mesmo sem uma grande movimentação nas vias adjacentes, a sinalização segue travando o tráfego.
MORADORES SE MOBILIZANDO
Portanto, a partir do imbróglio criado, moradores da região estão se mobilizando para que sejam analisadas duas possibilidades: primeiro a remoção da ciclofaixa e, segundo, a reavaliação dos semáforos. Ademais, as discussões e as reuniões seguem abertas, com técnicos da CET, representantes da Subprefeitura Mooca e da Secretaria de Mobilidade e Transportes (SMT).
O OUTRO LADO
Na última quinta-feira, a SMT afirmou que o Plano Cicloviário em implantação na cidade tem como principal objetivo a segurança de ciclistas e demais usuários do viário. Posteriormente, a definição da construção dos 173,5 km de novas conexões e da requalificação de 310 km dentre as estruturas existentes contou com ampla participação popular e foi discutido em dez audiências públicas e dez oficinas participativas realizadas em todas as regiões da cidade.
CÂMARA TEMÁTICA DE BICICLETA
Além disso, o andamento do Plano é periodicamente apresentado nos encontros da Câmara Temática de Bicicleta. Conforme a secretaria, as estruturas cicloviárias são projetadas e implantadas respeitando alguns aspectos como conectividade, linearidade, funcionalidade, segurança, entre outros. Sobretudo no caso da Rua Melo Peixoto, levou-se em conta o registro de acidentes envolvendo ciclistas, a conectividade com a rede cicloviária e com os demais modais de transporte. A ciclofaixa da via tem aproximadamente 2 km de extensão e conecta a rede ao Terminal de Ônibus Aricanduva, à estação Tatuapé do Metrô, passando também pela estação Carrão.