Em junho do ano passado, vários endereços do Tatuapé ganharam novas lixeiras. Também conhecidas pelo nome de papeleiras, a ação de instalação, na época, era parte de um pacote de 150 mil novas unidades que tinham o cronograma de instalação até o fim de agosto daquele ano.
Ruas como a Cantagalo, Monte Serrat, Itapura, Tuiuti e Serra de Bragança, além dos principais cruzamentos do Tatuapé e a Praça Silvio Romero, foram contempladas.
Entretanto, o equipamento, que tem como principal objetivo servir de descarte para pequenos resíduos das pessoas que estão andando pelas ruas, como papéis, latas e restos de sanduíches, na maioria dos endereços não foi bem utilizado ou preservado. O vandalismo fez com que, pelo menos, metade das unidades fosse danificada no Tatuapé.
NOS LOCAIS
A reportagem foi até os endereços citados e constatou que o investimento feito foi, literalmente, jogado no lixo.
Alguns exemplos: só restou a armação na esquina das ruas Boa Esperança e Cantagalo. A mesma situação foi encontrada na esquina entre as ruas Itapura e Serra de Bragança. Na Praça Silvio Romero a reportagem fotografou uma lixeira pichada e na Rua Aralu esquina com a Rua Cantagalo, Rua Apucarana esquina com a Rua Itapeti, e na Rua Tijuco Preto esquina com a Rua Tuiuti, parte das lixeiras estava presa no poste e parte estava no chão. Na Rua Tuiuti esquina com a Rua Platina, no local só foi encontrado a parte de cima da papeleira.
“Não consigo entender porque isso acontece. As pessoas reclamam da falta de lixeiras para jogar o lixo, mas, quando tem, elas quebram”, comentou a aposentada Olinda de Jesus.
MAPA DO VANDALISMO
De acordo com informações da Subprefeitura Mooca, responsável pela zeladoria do Distrito do Tatuapé, entre 2006 e 2010 foram instaladas, em toda a área da subprefeitura, cerca de 13 mil papeleiras. Na época, a depredação girava em torno de 60% do total colocado.
Em 2013, foram instaladas aproximadamente 8 mil unidades em novos endereços e, inclusive, naqueles já com o equipamento. Isso aconteceu nos seis distritos administrados: Mooca, Tatuapé, Brás, Pari, Belém e Água Rasa. Somando, foram, pelo menos, 20 mil locais.
“Embora o vandalismo ainda exista, houve uma diminuição do número de peças destruídas, estando o vandalismo estimado em torno de 20%. Reposições estão sendo feitas. Segundo o setor responsável pela colocação do mobiliário urbano, a queda do índice de vandalismo foi ocasionada por três fatores: a persistência na reposição, fiscalização e maior esclarecimento da população através da mídia local”, informou a assessoria da Subprefeitura Mooca.
A pasta destacou ainda que, no Tatuapé, os maiores problemas foram registrados na Rua Tuiuti e na Praça Silvio Romero, no período noturno.
MANUTENÇÃO
Segundo a Amlurb – Autoridade Municipal de Limpeza Urbana – a manutenção das papeleiras com problemas é feita no período de uma a duas semanas, com reparos na alça que a sustenta sobre o poste, higienização e remoção das pichações.
Outra informação é que as lixeiras quebradas são removidas e não existe um tempo certo para a reposição, que é atendida conforme a necessidade dos locais.
Os garis são os responsáveis pelo recolhimento de resíduos destas lixeiras, mas caso exista a necessidade de recolhimento antes do período estipulado pelo serviço, deve-se ligar para o Disk Limpeza: 0800 7777 156.
TROCA ANUAL
A Prefeitura tem como estimativa de que seja necessária a troca anual de 20% das lixeiras, devido a furtos ou depredações. “Em 2011, quando a cidade contava com 36 mil lixeiras, diariamente cerca de 20 papeleiras eram substituídas na cidade. Para se ter ideia, algumas delas são pichadas, quebradas ou furtadas no mesmo dia em que foram instaladas”, indicou a municipalidade.
Tanto é verdade, que no bairro do Tatuapé, entre os anos de 2006 e 2008, todas as lixeiras que foram instaladas durante o dia na Avenida Azevedo Soares foram danificadas poucas horas depois, no período da noite. A contabilidade: equipamentos quebrados, pichados e até queimados.
PUNIÇÃO
A Lei 2.848 de 7 de dezembro de 1940, sobre o Dano ao Patrimônio Público, esclarece no Artigo 163 que destruir, inutilizar ou deteriorar o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos, entre outros, resulta em pena de um mês a seis meses de detenção, ou multa ao infrator.