A delegada titular do 30º DP – Tatuapé, Ana Lúcia de Souza; e o comandante da 1ª Cia. do 8º Batalhão da PM, capitão Felipe Lima Simões; alertaram a população, durante reunião do Conseg do Tatuapé, para o preocupante aumento dos casos de estelionato na região. A delegada avisou que o número de registros é tão grande que começou a superar, em alguns momentos, os de furtos e roubos.
TELEFONE
Ana Lúcia afirmou que o “golpe do telefone” continua a ser aplicado. O estelionatário telefona para o correntista e diz ser o gerente da conta. Conforme ela, quando a pessoa atende a ligação, o suspeito avisa que “fizeram” uma compra grande no cartão da pessoa e precisa ser cancelada. Porém, para isso o dono da conta precisa escrever uma carta de próprio punho, assinar e esperar que um motoboy vá retirar. Enquanto isso, o golpista “confirma” o número da conta e pede a senha para cancelar a “compra”. Preocupada, a vítima acaba passando as informações acreditando estar realmente em contato com alguém da agência bancária.
LOTERIA
Outra situação relatada pela delegada está relacionada ao “golpe da loteria” ou do “cartão premiado”. Nesta modalidade, o estelionatário fica próximo a um banco ou lotérica e espera a vítima passar. Em seguida, ele finge ter encontrado o “bilhete da sorte” cujo suposto prêmio seria de R$ 10 mil, por exemplo. Ao ter despertado a cobiça do pretenso “sortudo”, o suspeito oferece um “acordo”. Bastaria lhe entregar R$ 2 mil e a pessoa poderia ficar com o restante do dinheiro.
DELEGADA
Para Ana Lúcia, por incrível que possa parecer, muitos pedestres ainda caem nesse golpe e em tantos outros. “Infelizmente, vários correntistas continuam indo ao banco sozinhos e são vítimas dos espertalhões posicionados ao lado ou próximos ao caixa eletrônico para ‘ajudar’. A ação é muito rápida, pois após a pessoa entregar o cartão ao desconhecido ele se coloca de uma maneira que a vítima não enxerga sua ação. Assim, ele permite ao dono da conta se aproximar apenas para digitar a senha. Contudo, a pessoa não percebe que já está com um cartão diferente e, na verdade, os números da senha ficaram registrados na máquina”, explicou a delegada.
CAPITÃO
O capitão Lima aproveitou os esclarecimentos da titular do 30º DP, para citar o caso de golpistas que se passam por funcionários de concessionárias de TV a cabo e telefonia. De acordo com o comandante, eles forjam as roupas e os crachás das empresas, além de adesivarem os carros. Depois dessa preparação, eles costumam ligar para os clientes afirmando que eles estão naquela região para trocar o modem da Internet ou o decodificador de imagens da televisão. “Dessa forma os estelionatários conseguem entrar nos imóveis, observar os bens existentes nos locais e efetuarem os roubos”, ressaltou. Portanto, ele salientou ser importante questionar quem telefonou e também ligar na empresa para saber se as visitas são procedentes. Caso contrário, a pessoa deve ligar para o 190 e denunciar.
BOLETINS
A delegada sugeriu atenção redobrada às pessoas quando atenderem ligações, forem abordadas em caixas eletrônicos ou na rua. “De 30 boletins de ocorrência registrados, cerca de 18 estão relacionados a casos de estelionato. Sem contar as pessoas que deixam de notificar os problemas com vergonha de assumir que foram enganadas”, frisou.