O Dia de Finados é na próxima quinta-feira, 2 de novembro, e a reportagem da Gazeta do Tatuapé entrou em dois cemitérios municipais da região, Quarta Parada e Penha, para conferir a real situação dos locais.
Há cerca de 15 dias, uma moradora do Tatuapé, que pediu para não ter o seu nome revelado, entrou em contato com a redação e relatou toda a sua tristeza ao chegar na campa da família, no cemitério da Quarta Parada. A campa, com mais de 50 anos, e feita com muito carinho para abrigar os entes queridos, estava destruída.
“Arrancaram tudo. Dá para ver que há violação. Há, inclusive, buracos nas gavetas. Que tristeza. Eu e minha irmã já somos idosas. Fomos por conta do Dia de Finados, que está próximo, e voltamos arrasadas. Sem contar no medo que sentimos. Não há segurança fazendo rondas e as alamedas fora de datas especiais ficam desertas. No passado não era assim”, desabafou.
No local, a equipe constatou que várias campas estão violadas. Quando não faltam os portões, a própria estrutura foi quebrada ou danificada. Sem placas de sinalização (há apenas algumas indicações pintadas no solo), a pessoa pode se perder com facilidade, devido à imensidão que é o Quarta Parada.
Alameda quebrada no Quarta Parada
Também não foi encontrada nenhuma equipe de vigilância e a sensação de insegurança pode ser sentida. O piso das alamedas também é outro grande problema. O caminho, em praticamente toda a sua totalidade, está quebrado e trincado, formando vários degraus. A antiga parte do ossário também está bem deteriorada em praticamente toda a sua totalidade.
A pergunta que a reportagem faz é a seguinte: a Prefeitura diz que a responsabilidade de manter a campa em ordem é do proprietário do espaço. Entretanto, o município não oferece segurança para manter os pertences dos familiares em segurança. E aí, como fica?
Também ficou evidente nesta visita que várias campas passam a impressão, sim, de que possam estar abandonadas, mas a grande maioria não, pelo fato de se notar que a troca do portão foi feita recentemente ou pelos cuidados oferecidos.
NA PENHA
Deixando de lado as proporções em tamanho, o cemitério da Penha remete uma situação bem diferente. Foram encontradas nas alamedas pela equipe lixeiras bem cuidadas, torneiras e as guias pintadas, principalmente próximo à administração e às entradas.
Famílias também reclamam a falta de objetos no cemitério da Penha
A sensação de organização é sentida ao andar pelo espaço e nota-se ainda que o número de campas violadas é bem menor, mas ainda assim encontra-se algumas sem portões ou sem os objetos colocados pelos familiares.
O calçamento também conta com várias imperfeições. Quanto mais se afasta da entrada principal, mais se notam os problemas de acessibilidade. No ossário também há estruturas sem manutenção ou quebradas, e a capela existente no cemitério também precisa de intervenções.