Se comparada às bases da Policia Militar existentes no Largo São José do Belém e na Praça Sampaio Vidal, na Vila Formosa, a existente na Praça Silvio Romero, no Tatuapé, é uma afronta aos servidores responsáveis pela segurança de moradores, comerciantes e dos milhões de consumidores que frequentam o bairro. O mesmo sentimento é compartilhado pela maioria das pessoas preocupadas em obter condições melhores aos policiais militares e também ampliar a sensação de segurança de todos.
QUATRO ANOS
Tendo essa premissa como ponto de partida, há cerca de quatro anos moradores do Tatuapé vivem a expectativa de poder acompanhar a construção de uma nova base para a PM. Na época em que o projeto foi lançado a Subprefeitura Mooca aprovou a área de construção, pois o mesmo seria contemplado quando a Praça Silvio Romero recebesse sua reforma, o que já ocorreu.
PM APROVOU
Como o plano da base parecia ter sido esquecido, surgiu a dúvida entre os moradores se ele realmente havia recebido a aprovação do comando da PM. De acordo com o CPA-M11, responsável pelas regras de construção, houve ajustes, porém em menos de um mês o projeto tinha sido entregue para a subprefeitura dar continuidade ao processo. No entanto, dois anos depois, a reportagem desta Gazeta descobriu que o desenho estaria na Secretaria de Planejamento, após passar por apreciação da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, Departamento Patrimonial e da Comissão de Proteção à Paisagem Urbana.
COMANDANTE
Na semana passada, este semanário questionou o comandante da 1ª Cia. do 8º Batalhão da PM, capitão Fábio Pellegrini, para obter informações sobre o andamento do processo. Segundo ele, o projeto segue parado na Prefeitura. “Como a situação não se resolve, mesmo após ter todo o respaldo da PM, pensamos até em promover uma pequena reforma na base para melhorar as condições de trabalho dos policiais”, salientou. Para o capitão, caso isso não seja possível agora, a PM solicitará uma resposta das secretarias responsáveis, pois a situação atual do imóvel é precária em termos de infraestrutura.
COMO SERÁ
Constam do projeto original: uma recepção ampla para atender a comunidade, dois banheiros com acessibilidade para deficientes físicos, sala privativa para o comando, vestiários masculino e feminino com alojamento para militares, além de uma arquitetura moderna. De acordo com o mesmo documento, a base será construída no mesmo local em que está atualmente, mas com a diferença de trazer, em sua concepção, o monitoramento com câmeras em toda a praça, além de um efetivo de 15 a 20 policiais trabalhando 24 horas.
O OUTRO LADO
De acordo com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, o processo que cuida dessa cessão já foi submetido e aprovado pela Comissão Municipal do Patrimônio Imobiliário. Após sanção do executivo, será finalizada a permissão de uso.
Prezados redatores da Gazeta do Tatuapé.
É uma grande pena perder a história.
Participamos, eu e mais alguns, de mais de uma dezena de reuniões no comando do CPA-M4 na av. Amador Bueno da Veiga e sugerimos criar no Brasil a figura da Polícia Comunitária como existe no Canadá e no Japão.
Chegamos a enviar 2 pessoas ao Japão para colher dados e experiências sobre este tipo de policiamento.
Para a construção da Base Comunitária, nem a Prefeitura e nem a Polícia Militar, que procuramos, tinha sequer alguma diretiva técnica sobre Bases Comunitárias, se tinha que ter instalações sanitárias, se os vidros tinham que ser blindados, etc.
Pedimos às empresas do bairro para ajudar e conseguimos doações e com essas doações conseguimos construir a Primeira Base Comunitária do Brasil. Para a Polícia Militar tratava-se de uma Base Piloto pois ela duvidava muito da eficiência deste tipo de patrulhamento.
Promovemos inúmeras reuniões e palestras em escolas, Rotary, Lions, UNICID, Associação Comercial, sempre com a eficiente cobertura jornalística da Gazeta do Tatuapé, como se pode constatar, por exemplo, na matéria de capa da edição N. 1.234 de 21 a 27 de fevereiro de 1999.
Hoje, este tipo de policiamento é sucesso em todos os cantos, inclusive a Polícia Militar reconhece como acertada a ideia de introdução no Brasil. Prova disso são as bases citadas na matéria.
Que seja feita a devida justiça, resgatando as iniciativas, muitas vezes feitas com sacrifício pessoal, para que a memória do valoroso jornalista Braz Jaime Romano não seja esquecida.