A reportagem desta Gazeta entrou em contato com a AES Eletropaulo para saber se, depois de passados mais de 30 dias do acidente com um fio de alta tensão na Rua Vilela, os trabalhos da perícia já haviam sido concluídos. De acordo com a assessoria de imprensa da concessionária, “a empresa continua prestando assistência à família e apoio às autoridades nas investigações do caso”.
Na mesma semana, matéria publicada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” trouxe a informação de que, a cada dois dias, três fios energizados caem na cidade. O levantamento foi feito pelo do Corpo de Bombeiros e, segundo a AES Eletropaulo, traz fios que não são obrigatoriamente de energia elétrica.
“Esses cabos podem ser de telefonia, de sinalização semafórica, de iluminação pública e, inclusive, do próprio sistema elétrico interno das residências, não fazendo referência exclusiva à rede da AES Eletropaulo. Até porque o relatório está baseado em ocorrências da área metropolitana inteira, cujo fornecimento de energia é feito por mais de uma distribuidora. A AES Eletropaulo é responsável apenas pelo serviço em 24 municípios. Os demais são atendidos por outras empresas.”
A empresa acrescentou ainda que, como o próprio Corpo de Bombeiros informou na reportagem, o rompimento desses fios é causado por fatores externos, como quedas de árvores e interferências, como muros e construções irregulares, e não por problemas na fiação.
RESPONSÁVEIS
Há cerca de dois meses, esta Gazeta publicou matéria com o objetivo de identificar quem são os órgãos responsáveis pela manutenção e fiscalização de todo este emaranhado “aéreo” de fios que está sobre as nossas cabeças.
A reportagem entrou em contato com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e fez as seguintes perguntas: se o órgão era responsável pela fiscalização dos trabalhos realizados nos postes em vias públicas pelas empresas de telefonia, televisão e, caso sim, qual a estratégia para tentar combater os problemas relacionados com a fiação. A resposta: “A fiação em postes públicos é de responsabilidade da detentora da infraestrutura, ou seja, da proprietária do poste.”
Então, o que fazer diante de uma declaração como esta? Entrar em contato com a AES Eletropaulo? Foi justamente isto o que fizemos à época. A diferença é que acrescentamos uma pergunta sobre as causas do acidente com o fio de alta tensão, ocorrido no Tatuapé, no dia 17 de julho.
“A distribuidora acrescenta ainda que a última manutenção realizada na rede elétrica no local foi em abril deste ano obedecendo o programa de inspeções da empresa. A concessionária recebe periodicamente fiscalização dos órgãos reguladores e realiza o seu plano de manutenção preventiva em toda sua rede de distribuição, de acordo com as Normas Brasileiras estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).”
A distribuidora explicou ainda que, segundo determinação da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) – órgão regulador e fiscalizador do setor elétrico -, a AES Eletropaulo só pode manusear fios de energia elétrica.
“Quanto à fiscalização dos fios de telecomunicação, a concessionária esclarece que mantém notificadas as empresas que usam de seus postes, no sentido de que elas cumpram com as obrigações contratuais estabelecidas nos contratos de compartilhamento de postes, cabendo à Anatel exigir de suas empresas reguladas o devido cumprimento dessas obrigações.”
A AES Eletropaulo finalizou ressaltando que, uma pessoa, ao se deparar com qualquer fio solto, independentemente se for de energia elétrica ou de telecomunicação, para não mexer nele e sem entrar em contato imediatamente com a concessionária por meio do número 0800 7272 196.