A historiadora tatuapeense Adriana Lopes esteve na redação da Gazeta, na última quarta-feira, dia 14, para entregar o projeto que pode oficializar a nova bandeira do Tatuapé na cidade. O documento estabelece os critérios de confecção do símbolo, que teve o designer gráfico de Reverson Diniz, além de apresentar as justificativas para a produção do mesmo.
PRAÇA SILVIO ROMERO
Nesse sentido, o registro também estabelece as características a serem seguidas para que o estandarte esteja alinhado com a história descrita. Conforme Adriana, infelizmente, mais de um ano depois do fim das restrições da Covid-19, nenhum vereador com maior atuação na Zona Leste se interessou em dar continuidade ao encaminhamento da proposta. Com isso, o bairro deixa de ter a própria bandeira tremulando em um dos mastros da Praça Silvio Romero, por exemplo.
REFERÊNCIAS
Com especialização na USP, Adriana decidiu buscar as referências que seriam incluídas na bandeira, seguindo padrões tradicionais, incluindo heráldica e elementos históricos. Além disso, ainda contou com a orientação do historiador e pesquisador Pedro Abarca, que escreve sobre o Tatuapé há pelo menos 50 anos e é membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.
SIMBOLISMO DA FÉ
Sobretudo o escudo tendo acima a cruz cristã, simboliza a fé, devoção e respeito às instituições religiosas do bairro e as bênçãos derramadas em seus habitantes. Transpassado diagonalmente pela espada, o símbolo representa a chegada dos bandeirantes e o embate com os índios que viviam no território, representados pela flecha.
MANIFESTAÇÃO ECONÔMICA
Ademais, outros detalhes estão representados nas cores das areias retiradas do rio Tietê, a primeira manifestação econômica não agrária na região. Depois, nas laterais do estandarte estão os cachos de uva em rubi e folhagem, em sinopla.
CAMPOS RUBI
Similarmente, o escudo está dividido verticalmente e horizontalmente em campos rubi (vermelho), simbolizando as plantações de uva desde o início da colonização.
REVOLUÇÃO DE 1924
Assim, o formato do escudo remete à defesa, representando a Revolução de 1924, período em que o bairro teve tropas militares espalhadas estrategicamente na região. Depois, o projeto aponta para a questão indígena, para os serviços e o desenvolvimento da região.
Uma pena que os Vereadores da cmsp não se interessem por algo tão significativo para preservação histórica da região, isso deveria ser feito não só no Tatuapé, Moóca, Penha, Cangaiba, mas em toda capital de São Paulo, lamentável o descaso do legislativo por parte dos nossos vereadores que atuam principalmente na Zona Leste tão querida, pois digo sempre que se São Paulo fosse um país a zona leste seria a capital.
Fernando Mestre Sala
Nascido no Tatuapé
Morador da Zona Leste
Matéria sensacional!!! Esperemos que os representantes da região possam dar continuidade à identidade do bairro.