Parece que agora as negociações para a vinda do campus da Unifesp para a Zona Leste estão mais próximas do fim. Isso porque no próximo dia 26, às 19h30, no salão da Igreja São Francisco – Rua Miguel Rachid, 997, Ermelino Matarazzo, acontece a primeira audiência pública para a instalação da universidade.
Segundo Soraya Smaili, reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a construção será feita com base no diálogo democrático com as partes envolvidas. “Nossa gestão busca o diálogo interno e externo, a fim de crescer de maneira ordenada e realizando prestação de contas sobre todas as nossas ações. Todos os passos desse processo também serão discutidos e decididos nas instâncias institucionais de nossa universidade, em especial, o Conselho Universitário”, destacou a reitora.
CONCESSÃO
No dia 2 de abril a Câmara Municipal aprovou a concessão de uso pela Unifesp, por um prazo de 90 anos, de uma área de 163 mil metros quadrados, situada na Avenida Jacu-Pêssego, 2.630, em Itaquera, área esta que abrigou a metalúrgica Gazarra. A medida deverá ainda ser sancionada pelo prefeito Fernando Haddad.
A universidade tem o prazo de um ano, a partir da assinatura do contrato pelo prefeito, para apresentar projetos de edificações a serem executados, que serão avaliados pelos órgãos técnicos municipais competentes. Também fica obrigada a concluir as obras em três anos, contados a partir da aprovação dos projetos.
ASSINATURA
No dia 25 de janeiro, Haddad esteve em Itaquera para assinar, na presença da presidente Dilma Rousseff e do ministro da Educação, Aloísio Mercadante, o projeto de lei que foi enviado à Câmara Municipal e solicitava a cessão do terreno localizado na Avenida Jacu-Pêssego. “É um sonho de quatro anos que vira realidade”, destacou à época. Dias antes, Haddad se encontrou com o ministro Aloísio Mercadante para tratar do assunto.
SAIBA MAIS
No dia 24 de março de 2012, o Movimento em Prol da Instalação da Universidade Federal da Zona Leste, integrado por comunidades religiosas, entidades da sociedade civil e parlamentares, realizou mais um abraço simbólico em frente ao terreno da antiga metalúrgica Gazarra.
A ação teve como objetivo, mais uma vez, chamar a atenção da Prefeitura para a compra do terreno. Isso porque, em julho de 2011, por determinação do então prefeito Gilberto Kassab, o secretário municipal de Negócios Jurídicos, Cláudio Lembo, suspendeu a ação de desapropriação do terreno no qual será construída a universidade federal. A decisão foi tomada depois do Ministério Público Estadual enviar ofício para a Prefeitura questionando o processo de avaliação da área.
SUSPENSÃO DO PROCESSO
Diante do comunicado, Kassab, à época, determinou a suspensão do processo de desapropriação, mas manteve a declaração de utilidade pública do terreno, de acordo com nota enviada à Redação pela assessoria de imprensa da Prefeitura. “Assim que a desapropriação for concluída, a área será cedida à Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), como já anunciado pelo prefeito”.
Diante disso, a reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa das Secretarias de Governos e Negócios Jurídicos para saber como estava o processo para efetivar a compra do terreno, e a informação obtida foi a seguinte: “aguardamos a decisão judicial sobre o valor a ser depositado pela área para a imissão de posse”.
MOBILIZAÇÕES DA COMUNIDADE
Pelo menos três foram as manifestações públicas em frente ao terreno da Gazarra organizadas pela comunidade para chamar a atenção dos governos para a vinda do campus da Unifesp. Em maio de 2011, esta Gazeta publicou matéria sobre o abraço simbólico que aconteceu em frente à antiga metalúrgica, ocorrido no dia 21.
Isso porque, no dia 24 de julho de 2010, durante evento realizado na Igreja São Francisco de Assis, na Rua Miguel Rachid, 997, em Ermelino Matarazzo, o então prefeito Gilberto Kassab assinou o decreto que tornou a área, de 175 mil metros quadrados, como de utilidade pública para implantação do campus Zona Leste da Universidade Federal de São Paulo.