A Rua Emília Marengo, conhecida pela diversidade gastronômica de seus restaurantes e por acolher um público seleto em seus bares, está tendo sua imagem arranhada, há pelo menos três meses, após registros de tumultos feitos por moradores em reuniões do Conseg Tatuapé. Para quem reside no entorno, a realidade atual, envolvendo o uso de drogas e de bebidas alcoólicas de maneira indiscriminada, é resultado do descuido na manutenção das características do lugar. Ou seja, o que os comerciantes construíram, durante anos, está sendo abalado pela falta de diálogo e por abusos cometidos por consumidores que, na maioria das vezes, não são do bairro e desrespeitam quem reside próximo e os próprios donos dos estabelecimentos.
NOVO DEBATE
Esse quadro negativo, que esteve entre os principais temas do Conseg, voltou a ser debatido na última segunda-feira, dia 17, por conta de uma ação da Força Tática da PM realizada na Emilia Marengo, no domingo, dia 16. Antes da operação de dispersão, moradores e dois donos de bares tentaram várias alternativas de negociação, inclusive se reunindo com a delegada titular do 30º DP, Ana Lúcia de Souza, e com o subprefeito da Mooca, Evando Reis.
RECURSO
Conforme o comandante interino da 1ª Cia. do 8º Batalhão da PM, tenente Anselmo Oleari Bianchini, a presença ostensiva na rua se deu como último recurso para amenizar todo o drama vivido pelos vizinhos. Segundo ele, ainda, a PM deverá voltar ao local para novas operações, com o intuito de retomar a normalidade do trânsito de carros e na circulação dos pedestres nas calçadas.
CARRÃO
O tenente afirmou que o modo de ação utilizado no Tatuapé foi o mesmo empregado na Avenida Guilherme Giorgi, no Carrão. Inclusive, ele revelou acreditar que boa parte dos frequentadores daqueles bares poderiam ter migrado para a Emília Marengo por terem encontrado vários pontos favoráveis, como localização, um supermercado para se abastecer e música.
OUTROS LOCAIS
Outros endereços abordados durante a reunião foram a Avenida Regente Feijó e a Rua Serra de Botucatu. No primeiro local moradores criticavam o fato de lojas de conveniência de postos de gasolina terem sido transformadas em pontos de baile funk, com bebidas, drogas, mulheres nuas e sexo ao ar livre. Já o outro local tinha como foco o barulho provocado por caixas de som com volume acima do desejável, incomodando moradores da Comunidade Teleatlas e condôminos de prédios próximos.
AVANÇO
Diferentes do caso da Emília Marengo, que ainda receberá uma atenção mais longa, os dois devem ter obtido resultados positivos com a chegada da PM e o acordo entre os próprios moradores e os donos de aparelhos sonoros. Isso porque, os moradores que marcaram presença em peso no encontro do Conseg de setembro, desta vez resumiram-se a duas pessoas. Mesmo assim, em tom de agradecimento.