Quase um ano depois de ser questionada sobre a possibilidade do sistema binário de trânsito (mais ruas de mão única) avançar no Tatuapé a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) voltou a esfriar os ânimos dos moradores da região ou das pessoas que se utilizam dos serviços do bairro.
De acordo com a CET, ao longo dos últimos anos foram implantadas diversas medidas de engenharia de tráfego na região. Segundo ela, as ações apresentadas até agora visaram minimizar os impactos no trânsito provocados pelo processo de verticalização residencial, sobretudo no quadrilátero formado pelas ruas Serra do Japi, Melo Freire, Antonio de Barros e Emilia Marengo.
PROJETOS
Apesar da empresa argumentar que faz uma avaliação permanente do local, muitos motoristas estão descontentes com a atual realidade do trânsito. Pedro Alves, por exemplo, afirmou que o número de estabelecimentos comerciais só aumenta, mas não existe fiscalização suficiente para condutores parando em fila dupla ou estacionando em locais irregulares. Para ele, se foram lançados projetos de elevação da fluidez no trânsito, infelizmente os mesmos estão sendo ineficientes.
Por outro lado, a CET rebate dizendo que já foram criadas melhores condições de segurança e fluidez no trânsito, ao promover mudanças no sentido de direção de ruas como Itapura, Serra do Japi e Apucarana, que passaram a ter mão única de direção. Além disso, completou a Companhia, também foram desenvolvidos projetos para outros tipos de sinalizações, como semáforos, redutores de velocidade, faixas de travessia de pedestres e minirrotatórias.
PLANEJAMENTO
Para especialistas em trânsito, com o aumento da quantidade de moradores e, consequentemente, do número de carros nas vias, o Tatuapé vive a expectativa de enfrentar congestionamentos em quase todos os períodos do dia. O engenheiro Roberto Watanabe, por exemplo, afirmou que o bairro parou no tempo em matéria de planejamento de trânsito. “Com ruas criadas para receber um pequeno tráfego, agora elas acolhem centenas de veículos, além de ter de servir de estacionamento”, apontou.
O urbanista Vagner Landi lembra da quantidade de lançamentos imobiliários que a região irá receber e, consequentemente, do grande número de veículos, pois alguns imóveis possuem até cinco vagas de garagem. “Como não há um escoamento adequado do trânsito para vias arteriais como as avenidas Radial Leste, Aricanduva e Salim Farah Maluf, os motoristas travam dentro do bairro”, constatou.
RESPEITO
Com relação à afirmação, a CET revelou não estar diante de uma novidade, pois tem informações sobre o dinamismo e crescimento do bairro. A empresa relatou também estar ciente da instalação de novos centros comerciais e de serviços dentro do Tatuapé. Por isso, ela faz avaliações periódicas do nível de saturação das vias, a fim de estudar novos projetos de sinalização para garantir a fluidez e segurança no trânsito local.
Sendo assim, agora os moradores esperam que a Companhia volte suas forças para as ruas Francisco Marengo, Monte Serrat e Cantagalo, por exemplo, que ainda resistem ao tráfego em mão dupla e são campeãs em congestionamento em determinados horários. Segundo eles, só assim o bairro estará sendo respeitado pelos seus 344 anos de existência.