Está em cartaz no Teatro Folha o espetáculo “Que Tal Nós Dois?”, com Carolina Ferraz e Otavio Martins. O texto foi escrito numa parceria entre os autores Juliana Araripe e Otávio Martins. Um homem e uma mulher, ambos casados e com família, funcionários de uma grande empresa, se conhecem numa convenção. Embalados pelo clima de confraternização, e depois de beberem alguns drinks, acabam passando a noite juntos. No dia seguinte, acordam juntos em um quarto de hotel e, sem nenhuma intimidade, decidem não mais repetir o encontro amoroso. Mas, como ninguém manda no coração, no ano seguinte, novamente na convenção da empresa, eles se reencontram e passam a noite juntos, estabelecendo um relacionamento.
A peça se desenvolve ano após ano, sempre mostrando os reencontros nas convenções e as mudanças na vida de cada um, o que reflete no relacionamento deles. O ator e autor Otávio Martins conta que o texto mostra a evolução da relação, que começa com o constrangimento de duas pessoas que acordam juntas sem lembrar exatamente os detalhes da noite vivida. No segundo ano, em que os personagens se encontram, os conflitos pessoais são revelados. Questões relacionadas ao poder surgem no terceiro ano porque, na medida em que ela passa a assumir um cargo de liderança na empresa, abala o lado machista dele. O desfecho da história de amor acontece no quarto ano, quando algo inesperado acontece com o casal. A autora, Juliana Araripe, diz que a peça fala de relacionamento para chegar à condição existencial. “Os relacionamentos todos estão no eixo de nossas vidas. Às vezes esperamos pela relação ideal e as pessoas entram na nossa vida de um jeito inesperado”, diz.
A atriz Carolina Ferraz conta que já tem afinidade profissional com o autor e colega de cena Otávio Martins, o que colabora muito para o jogo cênico. Eles trabalharam juntos na peça “Três Dias de Chuva” e em algumas novelas. Agora, pela primeira vez, ela encara um trabalho que é deliberadamente uma comédia, que exige precisão nas marcas de cena e ritmo. Sobre sua personagem, a atriz diz que é “uma mulher realizada na vida profissional, que se descobre mais ainda dentro da paixão”.
Otávio Martins conta que não teve relação de apego ao texto durante os ensaios da peça. Na hora de atuar, estabelece outra relação com a história, afastando-se um pouco da experiência de escrever o texto. “Tenho afinidade pessoal e artística com o diretor Isser Korik. O diretor é o primeiro espectador de uma montagem e nesta relação de trabalho ele pode ser o primeiro a sugerir cortes no texto”, conta. Korik atuou durante oito anos em “Vacalhau & Binho” e dirigiu “O Mala”, de Larry Shue; e “Jogo Aberto”, de Jeff Gould.
As apresentações ocorrem de sexta, às 21h30; sábado, às 20 e 22 horas; e domingo, às 20 horas. Ingressos: de R$ 40,00 a R$ 70,00 (inteiros) dependendo dos dias. Até 29 de abril. Classificação: 12 anos. Local: Avenida Higienópolis, 618. Mais informações no telefone 3823-2323.