Investigadores do 30º DP – Tatuapé, durante operação comandada pelo delegado titular, Murilo Fonseca Roque, prenderam, na última quinta-feira, dia 15, seis suspeitos de participarem de uma quadrilha especializada em roubos contra residências. De acordo com o delegado, foram cerca de 80 dias de investigação até a descoberta de que todos os integrantes do grupo moravam na região de São Mateus.
DESCOBRIAM ENDEREÇOS
O delegado informou que os presos não eram oportunistas, já que analisavam as possíveis vítimas. A partir de buscas e avaliações detalhadas de páginas em redes sociais, como Facebook e Instagram, os envolvidos no crime escolhiam as pessoas que ostentavam carros e motos importadas, relógios, joias e viagens. De posse de alguns dados, conseguiam descobrir o endereço dos alvos.
SABIAM DETALHES
Para Roque, as ações acabavam surtindo efeito pela quantidade de minúcias que os suspeitos guardavam, como dias e horários de saída e chegada do trabalho, além de saberem quando os donos dos imóveis estavam viajando. Outro pormenor observado pelos indiciados dizia respeito a quem ficava nas casas quando outros familiares saíam para trabalhar, muitas vezes idosos ou empregados.
TRAJES DOS CORREIOS
Em determinadas casas, integrantes chegavam caracterizados como funcionários dos Correios. Em outras, eram policiais civis com documentos de intimação falsos. “Quando os portões eram abertos, iniciava-se a operação de olho em objetos pequenos e de maior valor, além de dólares e euros”, frisou o delegado. Conforme Roque ainda, eles rendiam as vítimas usando armas de fogo, imobilizavam e amedrontavam quem estava nas casas para que ficassem com medo de ir à delegacia fazer o reconhecimento.
SEGURANÇA PATRIMONIAL
Para Ricardo José, da Rastroseg, existem várias formas de se proteger um imóvel, utilizando câmeras de segurança, interfones, alarmes com senhas e chaves com biometria. “Existem senhas em que o dono do imóvel pode enviar uma comunicação de pânico para a central. Além dessa, há tecnologias de acionamento da central por controle remoto, sensores de presença em toda a casa e em áreas comuns, sem contar as portas blindadas que podem dividir determinados cômodos da casa”, exemplificou o especialista.
CARACTERÍSTICAS GRAVADAS
José revelou que os sistemas atuais inibem as ações de bandidos, pois eles acabam tendo suas características gravadas por câmeras. “Nesse sentido, temos imagens de alta resolução, captação de som e até projetos que obrigam as pessoas a esperarem em espécies de ‘gaiolas’ antes de entrar nos imóveis”, completou. O problema, concluiu ele, está no fato da rendição dos donos das casas por parte dos ladrões. Quando isso ocorre, o plano de segurança é violado já que, com uma arma apontada em sua direção, a vítima acaba dando acesso a tudo.