Sr. redator:
“O ditado ‘prevenir é melhor do que remediar’ nunca foi tão apropriado quando o assunto é a saúde da população. Ninguém, obviamente, quer ficar doente. Mas a promoção e prevenção em saúde ainda precisam ser disseminadas de forma mais eficiente em todo o Brasil, para que as pessoas, cada vez mais, sejam esclarecidas sobre estilos de vida mais saudáveis que evitam doenças e podem salvar vidas.
Cabe ao poder público incentivar a mudança de hábitos dos cidadãos no dia a dia, combatendo, desta forma, inúmeros problemas de saúde como a diabetes, cardiopatias, obesidade e câncer, entre outros.
Políticas, nesse sentido, devem ser aprofundadas e estimuladas, pois, além de evitar que as pessoas adoeçam, sabidamente são mais baratas de serem implantadas em relação aos valores gastos com internações, exames e remédios, para o tratamento de doenças que derivam do sedentarismo, tabagismo, alcoolismo e alimentação inapropriada, entre outros hábitos que podem comprometer a saúde.
Houve, sem dúvida, avanços significativos nas últimas duas décadas no que se refere à prevenção na saúde pública. O governo brasileiro investiu acertadamente em um bem-sucedido programa de imunizações, hoje referência mundial, que contribuiu para erradicar a paralisia infantil e controlar doenças como o sarampo, rubéola, difteria e raiva humana, entre outras moléstias transmissíveis.
O desafio, agora, é levar a cultura da prevenção para dentro dos lares, das famílias, das empresas e das escolas, estimulando o cidadão, desde cedo e nas diferentes fases da vida, a cuidar da sua saúde, a não cometer excessos, a seguir condutas que contribuirão decisivamente para evitar o desenvolvimento de doenças e garantir maior qualidade de vida.
O Estado decidiu priorizar a prevenção e promoção da saúde como política pública. São diversos programas que estão sendo aperfeiçoados, aprimorados e integrados em uma estratégia única, de modo a difundir hábitos e estilos de vida mais saudáveis entre a população paulista.
O programa paulista de combate ao álcool na infância e juventude, por meio da Lei Antiálcool e de um trabalho de prevenção em escolas estaduais, é uma das iniciativas nesse sentido, pois é de domínio público que quanto mais cedo o jovem passa a consumir álcool, maiores são as chances de desenvolver dependência química no futuro. O alcoolismo é a segunda maior causa de morte evitável. A própria Lei Antifumo, de 2009, teve a preocupação de combater o tabagismo passivo que é a terceira causa de mortes evitáveis.
Novos programas, como o Meu Prato Saudável, que possui apoio técnico e científico do Instituto do Coração (InCor) do HCFMUSP, auxiliam a reorientar a população sobre alimentação saudável sem grandes restrições ou dietas, mas indicando os nutrientes e quantidades ideais para cada refeição do dia e com os alimentos com os quais as pessoas já estão acostumadas no dia a dia.”
Giovanni Guido Cerri
