A empresa MC Engenharia e Construções Ltda., responsável pelas obras de contenção de talude da margem do Córrego Maranhão, no Tatuapé, até agora vem descumprindo o acordo feito com a Prefeitura e a população de que entregaria o projeto em 150 dias. Como a construção teve início no dia 1 de outubro de 2020, já se passaram 270 dias, portanto, três meses além do prazo combinado. De acordo com uma placa colocada no endereço, o trabalho está sendo executado a um custo de R$ 946.755,08.
INSEGURANÇA NO LOCAL
O muro, que havia sido derrubado na Rua João Penteado para dar acesso ao córrego, foi fechado com placas de metal pela empresa, mas as mesmas começaram a ser vandalizadas. Parte da peça foi aberta e agora qualquer pessoa pode entrar e sair do local, gerando risco para os moradores vizinhos. Uma parcela do material utilizado na obra foi deixada na rua, sob o risco de entupir a boca de lobo existente na lateral do muro.
RESPONSÁVEL POR ENCHENTES
Como afluente do rio Aricanduva, o córrego está entre os principais responsáveis pela enchente que ocorre na Rua Arnaldo Cintra em dias de chuva intensa. De acordo com moradores da região, há anos vem sendo pedido à Prefeitura que faça uma avaliação do local. Moradores de dois condomínios existentes na rua tinham alertado a Subprefeitura Mooca para alguns pontos de “estrangulamento” no córrego. Segundo eles, quando a água se mistura ao lixo e entulho, lançados indevidamente no equipamento, há um bloqueio e o consequente alagamento.
LIMPEZA FICOU INVIÁVEL
De acordo com o estudante de gestão pública Deusdédit Bento Mioto, que havia divulgado seu projeto para o Córrego Maranhão nesta Gazeta (https://bit.ly/3qqgAL7), a limpeza do córrego ficou inviável, pois não há a possibilidade de utilização de maquinário especializado. Segundo ele, para a efetividade da obra seria necessária a remoção de quase todos os imóveis das laterais para o serviço de terraplanagem, canalização e, posteriormente, jardinagem. “Por isso, é necessária a elaboração de projetos adequados que possam ser executados, elaborados por profissionais especializados no ramo, bem como a análise do solo e das condições da população que vive no entorno.
O OUTRO LADO
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Subprefeitura Mooca, informa que as obras de contenção da margem do Córrego Maranhão foram paralisadas em dezembro do ano passado. Isso aconteceu devido ao encerramento do ano fiscal de 2020, e aguarda os recursos do ano vigente para dar continuidade às obras. O valor permanece o mesmo. Os tapumes instalados no local foram furtados e a reposição já está em andamento. O córrego recebe limpeza manual a cada 15 dias. No ano de 2020, foram retiradas 24 toneladas de detritos de todos os córregos da região. Neste ano, entre janeiro e maio, foram retiradas 20,4 toneladas.