Centenas de pedidos foram protocolados, mas nada mobiliza a Prefeitura
Moradores da Vila Luiza afirmam não conseguirem entender o motivo de serem esquecidos pelas equipes de zeladoria da Prefeitura. Segundo eles, os caminhos burocráticos são procurados exaustivamente, porém, o máximo que obtêm são protocolos. De acordo com Francisco Braz Carvalho, tem sido assim há anos com a Praça Júlio Botelho, com as ruas Alfredo Franco e Santo Antônio do Pinhal, além de outras áreas públicas no bairro.
Braz Carvalho, que vive na região há pelo menos 50 anos, afirmou que o serviço de poda de árvores aparece uma vez por ano, quando os moradores estão com sorte. Enquanto isso, ele frisou que os pedidos se acumulam. “Quase não temos lazer e uma das poucas praças com uma área maior para caminhar e praticar alguns esportes está em estado deplorável”, apontou.
A Rua Santo Antônio do Pinhal, que ligava a Rua Uparoba com a Rua Alfredo de Franco, há cerca de quatro anos não recebe nenhum tipo de trânsito de veículos. “A via foi tomada por centena de barracos e, nesse período, foi transformada em comunidade. No entanto, a mesma não possui infraestrutura regularizada de água, luz e rede de esgoto”, indicou Carvalho.
O abandono da Praça Júlio Botelho, no Parque São Jorge, instaura a responsabilidade de órgãos como Subprefeitura Mooca e Secretaria de Desenvolvimento Social. Isso porque várias famílias decidiram ocupar o espaço com barracas na semana anterior. A questão agrava problemas que já existiam no local, mas não tinham sido solucionados.
Nos encontros do Conseg, o representante do governo local da Subprefeitura Mooca, Eduardo de Febo, afirmou que verificaria a possibilidade de promover a revitalização da praça. Conforme Carvalho, o espaço de lazer e descanso chegou a receber o corte de mato e a pintura de guias. Contudo, a ação não se repetiu mais e agora a área está completamente abandonada e totalmente escura à noite.
Agora, a Prefeitura tem em mãos uma questão mais complexa e que vem sendo adiada em toda a cidade. Atualmente, aproximadamente 50 mil pessoas vivem em condições de vulnerabilidade. Contudo, projetos de moradia e de assistência são insuficientes para acolher um número cada vez maior de sem-teto.