Na última quarta-feira, dia 8, o bairro da Penha festejou seus 354 anos de existência. Uma das regiões mais tradicionais da Zona Leste, ela segue crescendo e deixando a sua marca histórica e cultural. Da mesma forma, instituições de destaque, como Memorial Penha de França, Centro Cultural Penha, Rotary, Distrital Penha da ACSP, entre outras, acompanham e fortalecem o desenvolvimento local com ideias, projetos e debates. Aliás, para os próximos anos, existe a expectativa de que as novas estações de Metrô também apresentem novidades para a Penha, como comércios e mais prédios. Entretanto, tudo permanece no campo da especulação.
ORIGEM DO BAIRRO
Por conseguinte, a origem do bairro está ligada intrinsecamente à religiosidade. Seu nascimento se confunde com uma lenda que faz parte da história de sua fundação. Conta-se que um francês, católico devoto, seguia viagem de São Paulo ao Rio de Janeiro carregando consigo uma imagem de Nossa Senhora. Depois, durante a caminhada, ele pernoitou no alto de uma colina ainda sem nome (penha significa penhasco, rocha, rochedo). No dia seguinte, retomou seu trajeto até dar por falta da imagem. Assustado, tratou de retornar pelo mesmo caminho e encontrou a estátua no alto da colina. Assim, no dia seguinte a estátua sumiu novamente durante o sono do viajante, que entristecido, retornou e encontrou novamente a estátua no alto da colina. O fato foi interpretado pelo francês como a vontade da santa, que havia escolhido o local para se estabelecer.
TORNOU-SE FREGUESIA
Ademais, a Igreja de Nossa Senhora da Penha foi finalizada em 1667 e foi em torno dela que cresceu o povoamento do distrito. Um século depois, em 26 de março de 1796, a região foi promovida a Paróquia de Nossa Senhora da Penha de França, junto com a Paróquia de Nossa Senhora do Ó. Similarmente as duas foram as primeiras paróquias desmembradas da Sé. Mais tarde, a paróquia tornou-se freguesia.
LARGO DO ROSÁRIO
Em seguida, o Largo do Rosário também reserva parte desta grande história. É nele que segue construída a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos da Penha de França. Erguida em 1802 pelos escravos, historicamente ela foi construída de costas para a Igreja Nossa Senhora da Penha, onde os negros eram proibidos de frequentar.
PASSAGEM OBRIGATÓRIA
Sobretudo no século XVII, a região era passagem obrigatória para os viajantes que se deslocavam entre São Paulo, Vale do Paraíba e Rio de Janeiro.
SEDE DO GOVERNO
Em 9 de julho de 1924, o distrito da Penha foi sede do governo estadual paulista quando Carlos de Campos, presidente do Estado, foi forçado a abandonar o Palácio dos Campos Elísios após ser atacado pelas forças revolucionárias durante a Revolução de 1924. Campos ficou instalado em um vagão de trem adaptado, na estação Guaiaúna, até 28 de julho de 1924.