A peça “Lívia”, elogiada pela crítica no Rio de janeiro, agora está em cartaz no Teatro Parlapatões, com temporada até 30 de julho. Na peça, a protagonista é Sol Menezzes, atriz de 21 anos que contracena com o jovem ator e autor angolano, Licínio Januário.
Lívia e Felipe, personagens criados por Januário, percorrem diversas fases de suas vidas tomados por paixão, família, conflitos, escolhas, encontros e desencontros. O texto, que recebeu colaboração de Sol, propõe uma reflexão sobre como os relacionamentos podem modificar e redefinir vidas. A direção é de Drayson Menezzes e Orlando Caldeira. O cenário é de Lorena Lima, a iluminação é de Gabriel Prieto e o figurino é de Cristina Cordeiro.
Nascida em Porto Alegre, Sol começou a estudar teatro com oito anos. Ao se envolver e colaborar com o texto, a atriz não pensou duas vezes em aceitar o desafio de levar ao palco uma personagem em tempos de vida tão diferentes e encontrá-la também adiante, na maturidade e na velhice.
“Fiquei pensando no caminho por onde mostrar as fases da Livia, e me entreguei a um trabalho minucioso, passando pela voz que aos poucos fica mais grave e pelo corpo que vai deixando de ter aquela agitação da adolescência”, disse.
Januário, com seus 25 anos, precisou se aprofundar no universo feminino e no terreno das memórias de infância para abordar questões tão próprias dos que já viveram toda uma vida e atender ao forte apelo da intuição para escrever. “Fui criado em Angola e sempre vivi ao lado de mulheres. Além de minha mãe eu tinha comigo dez tias e observava a vida delas. Às vezes eu pensava nas dificuldades que minha mãe enfrentava e perguntava por que ela tinha que estar passando por tudo aquilo? No Brasil, percebi que as mulheres viviam de forma mais independente.”, comentou.
Para o autor também era importante apresentar a peça com um elenco de atores negros tratando do cotidiano, sem necessariamente ter que falar sobre questões de raça, e, ao mesmo tempo, já fazendo uma contribuição com referências positivas da população negra e fortalecendo o espaço do protagonismo para outros atores e autores negros.
A Companhia Coletivo Preto, responsável pelo espetáculo, surgiu em 2016 e é formada por quatro jovens atores, escritores, circenses e produtores (negros) – Drayson Menezzes, Orlando Caldeira, Licínio Januário e Sol Menezzes – residentes no Rio de Janeiro. O Coletivo, que hoje possui dois espetáculos, tem como intuito produzir, fomentar e divulgar trabalhos nos quais coloquem o homem e a mulher negra em papéis de protagonismo. Em 2016 estreou o espetáculo “Boquinha… E assim surgiu o mundo”, com texto de Lázaro Ramos e direção de Suzana Nascimento e Lázaro Ramos. Em maio de 2017 estreou o espetáculo “Lívia” no Teatro Eva Herz do Rio.
Apresentações: sábado, às 21 horas; e domingo, às 20 horas. Ingresso: R$ 40,00 (inteira). Classificação: 14 anos. Local: Praça Franklin Roosevelt, 158 – Consolação. Mais informações no telefone 3258-4449.