Alguém sabe onde estão os patinetes do Tatuapé? Esta é a pergunta que ainda vem sendo feita por alguns desavisados que circulam pela região. Há poucos meses o costume era ver os equipamentos espalhados por praças, ruas e calçadas, pois tratava-se de uma febre. Atualmente, eles desapareceram, já que não é possível ver mais ninguém circulando no bairro.
BICICLETAS
A resposta para isso está na decisão da startup latina de mobilidade Grow. Ela resolveu encerrar o serviço de compartilhamento de patinetes elétricos em pelo menos 14 cidades. São Paulo foi mantida na rota, porém, não se sabe quais regiões serão preferenciais. Além disso, a companhia vai interromper temporariamente o serviço de compartilhamento de bicicletas em todo o País, para um processo de “checagem e verificação das condições de operação e segurança”.
CUSTO ALTO
A interrupção dos serviços por parte da Grow também teve como base o fato dos patinetes gerarem um alto custo para muitas pessoas (exemplo: uma corrida de dez minutos custa em torno de R$ 8,00). Outro ponto abordado foi o da difícil manutenção, com peças muitas vezes importadas, e o fato de que boa parte dos veículos que chegaram às ruas brasileiras não estavam preparados para o compartilhamento urbano.
FALTOU DEMANDA
As bicicletas também sofreram com o mesmo problema, com o agravante de que sua margem de lucro era bem mais baixa. O crescimento acelerado da empresa também causou problemas. Quando o atendimento saltou de 4 para 17 cidades brasileiras, no intervalo de um ano, entre 2018 e 2019, surgiram questões como a falta de demanda e de uma análise mais apurada sobre o relevo dos locais de implantação.
VANDALISMO
Por fim, um levantamento da empresa descobriu que a quantidade de patinetes inutilizados por mau uso dos clientes ou por vandalismo estava resultando em mais prejuízo do que lucro. Dessa maneira, não valia a pena apostar em bairros mais afastados do centro ou cujas características apresentassem muitos aclives e declives. Assim, o Tatuapé, bem como outros bairros da Zona Leste, ficaram de fora dos planos da startup.
‘FICAMOS SEM NADA’
Para moradores como Adriana Martins, infelizmente quem mora na região perdeu as estações do banco Itaú, depois deixou de ter as bikes da yellow e agora os patinetes. “Apesar de ser importante como transporte de curta distância, como chegar a uma estação do Metrô, por exemplo, o desrespeito das pessoas fez com que nós não tivéssemos mais nada. Será que isso é justo, para quem usava o equipamento com responsabilidade?”, indagou Adriana.