Moradores do Parque São Jorge voltaram a entrar em contato com esta Gazeta porque estão com medo do aumento do número de assaltos na Avenida Condessa Elizabeth Robiano, depois que a área externa do estacionamento do Corinthians foi retomada pela Prefeitura. De acordo com os relatos, os principais alvos são as pessoas que vão ao clube e deixam seus veículos distantes da entrada principal.
Segundo o presidente do Conseg do 52º DP/Parque São Jorge, Rogério Felix Martins, no início da semana passada ele, juntamente com o vereador Toninho Paiva, o subprefeito da Mooca, Evando Reis; o coronel do CPAM-11, Paulo de Tarso; o major Dafara, do 51º Batalhão; o capitão Aldrin Corpas, comandante da 2ª Cia. do 51º Batalhão da PM; o presidente da OAB-Tatuapé, Leopoldo Luis Lima Oliveira; e o coronel Dutra, do Corinthians; se reuniram para tratar do assunto e falar sobre a concessão de uma área na referida avenida, para a construção de uma nova companhia de polícia.
“Foi um encontro muito proveitoso. Informações dão conta que o Corinthians vai tentar reaver o terreno do estacionamento. Só foi a Prefeitura retirar a área do clube que os problemas começaram. E quem está sofrendo é a comunidade”, comentou Martins. “Enquanto não se resolve a questão da construção da nova companhia, pedimos o reforço do policiamento na avenida e seu entorno, com a intensificação das rondas. Também pedimos ajuda ao Corinthians para sanar o problema.”
O INÍCIO
A sensação de insegurança começou depois do dia 3 de junho, quando a Prefeitura realizou a reintegração de posse do terreno que estava sendo usado como área de estacionamento pelo Sport Clube Corinthians Paulista, na Avenida Condessa Elizabeth Robiano.
Com a sentença, proferida pelo juiz Jayme Martins de Oliveira Neto, por meio do processo nº 0006385-53.2010.8.26.0053, a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras deu início à retirada dos muros e grades que cercavam a área.
De acordo com o clube, a ocupação tinha como base a Lei nº 12.000/96, aprovada pelo então prefeito Paulo Maluf, a qual determinava a desincorporação da área de uso público e autorizava a utilização pelo Corinthians, a título gratuito, por 99 anos, independente de concorrência. Mesmo assim, a Prefeitura alegou não haver respaldo jurídico para a manutenção da concessão.
Desde então, toda a extensão da Avenida Condessa Elizabeth Robiano, onde ficava a área do estacionamento, ficou vulnerável. Em junho, esta Gazeta já havia alertado a apreensão dos moradores da região. Primeiro pelo fato do que poderia acontecer caso o reforço na segurança não acontecesse, segundo para saber qual destino seria dado à área.
No dia 18 de junho, uma frequentadora do clube entrou em contato com a redação para falar do aumento dos roubos e assaltos e que havia levado um susto, ao se deparar, a poucos metros de onde o seu veículo estava, com outro sem duas rodas, já nas proximidades com a Rua São Felipe.
ZONA AZUL
O presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, chegou a informar que lutaria para reaver a área e que a ideia da Prefeitura seria implantar o sistema de estacionamento Zona Azul no local. Intenção esta confirmada pela assessoria da Subprefeitura Mooca. A reportagem entrou em contato com a CET – Companhia de Engenharia de Tráfego – para saber como está o processo para a implantação da Zona Azul. Ela informou que participou de reunião com a Secretaria das Subprefeituras, Subprefeitura da Mooca e a diretoria do Sport Club Corinthians Paulista, onde foi definida a reintegração da área da Avenida Condessa Elizabeth Robiano até então cedida ao clube para o poder público e a execução de obras viárias que serão entregues à população.
“Dentre os compromissos assumidos, a CET ficou responsável pela implementação de sinalização prevendo o estacionamento rotativo (Zona Azul) no local, cujo projeto já foi elaborado. Este trabalho será realizado após as obras de readequação geométrica, que serão promovidas pela Subprefeitura Mooca.”
A subprefeitura informou que o projeto está finalizado e já foi encaminhado à Coordenação das Subprefeituras, que ficará responsável pela sua execução. “A obra é uma prioridade e será iniciada mediante a disponibilidade das equipes.”