Desde o início do ano, mais de 50 veículos já foram queimados.
Realmente assustador. Praticamente dois por dia, tudo é motivo para incendiar os ônibus.
O mais curioso é que os passageiros são os maiores prejudicados. Quanto mais ônibus incinerados, menos oferta de ônibus haverá para os usuários, mais tempo de fila, mais lentidão no atendimento.
Ou, podemos estar enganados. Será que não é de propósito que está ocorrendo isso? Será que não há um incentivo dos próprios empresários para forçar o governo a aumentar o preço das passagens? Ou o incentivo vem do governo para forçar os empresários a modernizar suas frotas.
O fato é que as cenas se repetem todos os dias e não há qualquer atitude de quem quer que seja. Os empresários não tomam iniciativa e o governo através da polícia não prende ninguém. No final, tudo acaba só no prejuízo. Considerando que esses veículos estão assegurados, nem os empresários perdem, só o seguro é quem paga o prejuízo e ele mesmo, também, se protege com o resseguro.
É uma coisa realmente muito estranha. Não se vê um movimento no sentido de dar um paradeiro nisso, não há qualquer punição, nada é feito.
O pior é que há sempre um risco muito grande de que haja pessoas feridas.
Trata-se de um ato de insubordinação à ordem pública e nada acontece. Estamos em uma terra de ninguém.
Sem dúvida, essa é uma questão de trânsito e que está na alçada do sr. Tatto, de quem nunca nunca se ouviu um único pronunciamento a respeito, nenhuma atitude.
O fato já se tornou corriqueiro, nem mesmo há maior destaque na imprensa.
Fizeram as faixas exclusivas de ônibus e já resolveram tudo, não se importando com mais nada.
Como justificativa do governo a essas atitudes e outras manifestações, como a que matou o cinegrafista da Band, é que a nova classe média e o povo em geral, agora querem mais, muito mais.
Suzano viveu, na última quinta-feira, uma noite de violência, muita destruição e toque de recolher, depois da execução de dois jovens. Manifestantes atearam fogo em caminhões, ônibus e carros, e o comércio fechou as portas.
Tanto em São Paulo, quanto em outras cidades do Estado alguma investigação deveria estar sendo feita para se descobrir o que move esses ataques.
Afinal, enquanto ninguém é preso ou punido exemplarmente a população fica sem transporte público.
Como a própria Secretaria da Segurança ressalta, temos a polícia mais moderna e mais preparada do Brasil. Policiais do Japão vêm para cá conhecer o nosso sistema e elogiam o policiamento comunitário. No entanto, quando precisamos desse trabalho de aproximação entre a PM, a comunidade e as prefeituras de São Paulo e de outras regiões, os governantes parecem se omitir diante dos fatos.
Neste caso, o que nós pobres mortais e sem ônibus podemos fazer? Continuaremos utilizando o transporte público sob o risco dos veículos serem invadidos por vândalos ou cobraremos das autoridades mais respeito. Afinal, pagamos impostos, fomos às ruas para conseguir a manutenção dos preços das tarifas e agora somos tolhidos em nossos direitos da maneira mais torpe: por meio da violência. O mínimo que a Prefeitura e o Estado podem nos dar é a salvaguarda de sairmos de casa pela manhã, para trabalhar, e podermos voltar vivos à noite. Caso contrário, todos os que puderem irão tirar seus carros das garagens e tornar a cidade mais brutalizada do que já é. Salve-se quem puder!
