POR RICARDO BERISTÁIN MARTÍNEZ
Em mais de 50 anos de história, o Suzuki Jimny ganhou fama e fãs no mundo todo. O pequeno off-road tornou-se o best-seller do fabricante japonês graças a características como design casual, praticidade, acessibilidade e capacidades off-road. Ano passado, o Jimny passou a ser produzido também em versão alongada de cinco portas, que ao contrário do modelo menor, que é fabricado no Japão, o Suzuki Jimny com cinco portas é produzido apenas na Índia. No Brasil, o modelo de terceira geração foi montado pela HPE em Catalão, Goiás, até 2020, e atualmente é importado apenas na versão de três portas, que custa a partir de salgadíssimos R$ 162 mil. Em outros mercados, a nova versão é vendida por um valor cerca de 10% maior (custaria a partir de aproximadamente de R$ 180 mil), mas a importação ainda está em estudos.
Na apresentação feita na Cidade do México, a premissa é que, apesar de ter entre-eixo maior – o que reduziu o ângulo ventral de 28 para 24º –, o jipinho ainda era bastante adepto ao off-road. O Suzuki Jimny 5 é 34 cm mais comprido do que a versão de três portas e a distância entre-eixos também é 18 cm mais longa do que a variante pequena, o que significa maior espaço para a fileira traseira e para o porta-malas, que agora tem capacidade para 211 litros – na versão menor, é quase um porta-objetos, com 85 litros de espaço. Por fora, além das portas extras e o maior comprimento, não há mudanças significativas. A grade mostra frisos cromados nas aberturas, a iluminação full led foi mantida, as rodas de 15 polegadas são escurecidas e o estepe permanece ancorado na quinta porta.
No interior, há algumas mudanças. A central multimídia foi renovada e agora conta com uma tela de 9 polegadas, com espalhamento de celular através de Android Auto e Apple CarPlay – mudança feita também na versão menor. No mais, traz os mesmos recursos da variante de três portas, como ar-condicionado automático, porta USB, materiais resistentes para suportar o 4X4 e elevadores de janelas no console central. Na parte de segurança, além de itens normais como ABS e controle eletrônico de estabilidade e tração, o jipinho traz seis airbags.
Sob o capô, Jimny 5 traz o motor aspirado de 1.5 litro de quatro cilindros com 102 cv e 13,2 kgfm. Ele é bem semelhante ao usado no Brasil, mas por aqui o propulsor rende um pouco mais, por conta dos ajustes para encarar o etanol misturado à gasolina e fica com 108 cv e 14,1 kgfm. Ele é acoplado a uma transmissão automática de quatro velocidades e conta com recursos para o off-road como modos de condução 4X2, 4X4 e 4X4 com reduzida e bloqueio do diferencial traseiro.
Impressões ao dirigir
Pronto para tudo
A proposta da marca japonesa foi que todas as capacidades do Jimny 5 fossem testadas. O trajeto saía da capital mexicana e tinha como destino San José del Cabo, na Baja California Sur, por uma rota com mais de 350 km, percorrendo estradas de terra, trilhas abandonadas, valas, elevações, inclinações e áreas arenosas, aproveitando o local também para percorrer alguns trechos do lendário roteiro do Baja 1000. Nesse ambiente, o Jimny fica tão à vontade quanto a versão menor.
Uma vez na estrada, foram mais de 100 quilômetros onde ficou claro que o Jimny 5 encara bem o asfalto e as velocidades de cruzeiro em torno de 120 km/h, apesar de seu pequeno motor –embora a falta da quinta marcha fosse bem sentida. Na cidade, o carrinho é mais do que suficiente para se mover do ponto A para o ponto B com alguma praticidade por conta do tamanho, mas parecerá sempre estar fora de seu elemento – até pela generosa altura livre para o solo de 21 cm. Mas é um preço pequeno a pagar se a ideia for mesmo ter um modelo com capacidades impressionantes para um fora-de-estrada pesado.
