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Os moradores da Vila Formosa, Adriano Silva e Marco Antonio Silvestrini entraram em contato com a redação para reclamar que o Metrô continua desrespeitando as áreas verdes para efetivar a construção de novas estações. De acordo com Silvestrini, os problemas para os moradores começaram no ano passado quando a Companhia do Metropolitano decidiu construir o túnel de Ventilação e Saída de Emergência (VSE) Coxim, localizado na Avenida Dr. Eduardo Cotching, 516-538.
CONSÓRCIO MENDES JÚNIOR
Primeiro porque o Consórcio Mendes Junior/Power resolveu cercar praticamente toda a Praça Coxim (antiga Praça do Engenheiro). Segundo um dos moradores, as empresas destruíram duas áreas verdes e mantiveram uma. Quando tudo começou, Silvestrini afirmou ainda ter obtido mais de mil assinaturas em um abaixo-assinado, mas as árvores foram arrancadas. Mesmo depois de os vizinhos terem pedido ao Metrô que avaliasse a possibilidade de utilizar um terreno que está vazio na Rua Eleonora Cintra.
RUAS ARATUÍPE E DONA VITÓRIA SPEERS
Após o fechamento da área de ação, em frente às ruas Aratuípe, Dona Vitória Speers, entre outras, o morador disse ter se iniciado uma nova fase do problema com a implantação do canteiro de obras. Nesse ínterim, caminhões e máquinas pesando toneladas passaram a circular pelas vias estreitas, já que a Avenida Dr. Eduardo Cotching estava fechada. “Como minha casa tem 60 anos de construída, paredes da sala racharam e vidros da casa quebraram. O imóvel passou por uma inspeção há um mês e, conforme as empreiteiras, o local está fora da área de risco”, contou Silvestrini.
ASSISTÊNCIA SOCIAL
Apesar da informação técnica, os moradores procuraram o Departamento de Assistência Social do Metrô para comunicar que os caminhões começavam a circular a partir da meia-noite e ficavam até as 4 horas com a sirene de ré ligada e compressores ligados dia e noite. Além disso, trabalhadores ficavam falando alto durante a obra. Depois de muitas reclamações, o Metrô decidiu mudar a entrada da obra para a Avenida Dr. Eduardo Cotching.
RUAS INSEGURAS
O morador disse, ainda que, em conversa com um dos engenheiros da obra, obteve a declaração de que, conforme as intervenções forem avançando, em 2022 os caminhões irão circular mais durante o dia e menos à noite. Silvestrini frisou que o Metrô se comprometeu em revitalizar a Praça Coxim, no entanto, enquanto isso não acontece a região ficou insegura. “Com tantos muros e as ruas mais estreitas, usuários de drogas passaram a se esconder nos pontos mais escuros. Ao mesmo tempo, o número de furtos também aumentou. Com isso, solicitamos uma presença maior da PM na região”, sugeriu.
Linha verde do metrô deixando um rastro de destruição na Zola Leste
O metrô é necessário mas não precisa avançar com tamanho desrespeito.
O mesmo acontece no parque linear Rapadura.
Parece que o Metrô tem uma fixação por praças. Mesmo havendo opções locacionais para as obras, como foi o caso da praça Coxim e da praça Mauro Broco onde existem terrenos vazios e ociosos disponíveis muito próximos, o Metrô preferiu destruir o pouco de verde disponível na região. Em um momento global em que a preservação do meio ambiente é pauta em qualquer discussão, o Metrô segue na contramão derrubando centenas de árvores para canteiros de obras. O Metrô é importante para a cidade e para a mobilidade urbana mas, dá para construir sem destruir. A vida de cada árvore importa.
O caso do parque linear Rapadura é mais emblemático. Trata se de uma zona de preservação ambiental ( zepam). Uma área de mananciais, próxima a nascente do córrego Rapadura com resquícios de Mata Atlântica, vegetação de preservação permanente com algumas espécies ameaçadas de extinção. Para conter as constantes enchentes na bacia do Aricanduva a prefeitura, em gestões anteriores, iinvestiu em um bem sucedido projeto de parque linear que agora foi parcialmente destruído pelo Metrô. O local ainda abrigava um clube comunitário (CDC Jardim Têxtil) com quadra de vôlei e campos de futebol. O CDC foi despojado, o espaço foi demolido e não foi dado nenhuma opção para a população que tinha o direito de usufruir daquele espaço comunitário. O Metrô diz que vai devolver o local melhorado e que vai fazer. Mas, o que o Metrô não diz é que a população que mora no entorno da obra talvez não viva para ver a obra concluída pois, pelo histórico do Metrô sabemos que as obras demoram décadas para serem finalizadas. Pior ainda, essa população do entorno das obras tem a sua saúde afetada pela poeira, ruídos, emissão de gases, estresse. A segurança piorou com o cercamento dos canteiros de obras e com o aumento do tráfego de veículos pesados nas ruas estreitas do bairro. O Metrô diz que vai replantar 160 mudas para compensar as 155 árvores derrubadas e que vai fazer a compensação arbórea. Mas, o Metrô não diz que as árvores derrubadas eram exemplares gigantes com média de 40 anos de idade e que as mudas serão replantadas somente quando as obras terminarem, daqui a 10, 15 ou 20 anos e se essas mudas pegarem levarão outros 40 anos para ficarem semelhantes àquelas suprimidas. Novamente a população do entorno não verá isso ocorrer. Já a compensação arbórea alardeada pelo Metrô ocorrerá em outro município. Destrói aqui e compensa em outra cidade.
O caso do parque linear Rapadura virou uma ação civil pública aberta pelo Ministério Público Ambiental onde o Metrô e a Cetesb são réus após surgimento de inúmeras irregularidades na obtenção das licenças para a obra. O caso tomou esfera federal quando veio a tona que o local contempla ainda dos sítios arqueológicos e que agora correm o risco de danos permanentes.
Tudo isso mostra que a linha 2 Verde não é tão Verde assim.
destruiram uma praça pública com muitas arvores no coração da vila formosa e nunca mais essa praça existirá pois ficará no local o respiro do tunel do Metro!como argumento a prefeitura disse que avila formosa já tem muitas árvores e essas não fazem falta!
A linha 2 verde deixa em seu urso um rastro de destruição de praças e parques públicos. A obra é fundamental para a região, mas não deveria ocorrer sem sustentabilidade e sem respeito pelos.moradores locais. É uma ironia que uma linha “verde” destrua centenas de árvores, cuja compensação será feita em outro município. Pior, aqui no complexo Rapadura, além da destruição de um parque de uso dos moradores locais, a obra coloca em risco de dano permanente um sitio arqueológico. Uma vergonha!