Ganha um doce quem adivinhar de quem é essa frase. Adiantamos que foi de um petista de linha de frente do partido.
O homem é ministro e de destaque, da mais absoluta confiança do PT dos governos Lula e Lula, ou melhor, desculpem, Dilma, assim dizem, mas não provam.
Estamos falando de Gilberto Carvalho, nunca vi, pensei que não viveria para ouvir uma frase de reconhecimento como essa, tão acostumados que estamos, com frases como: isso é da “zelite paulista”, da “zelite que come bem e lê muito”; é da “imprensa” etc.
Essa frase foi dita sobre os xingamentos sofridos pela Dilma, na abertura da Copa, que era um momento muito temido pelos petistas e que acabou sendo ponto marcante, a despeito da falta de educação, porque poderia ter se restringido em vaias, como é comum em campo de futebol, mas que descambou para a baixaria, apesar das fortes razões.
Gilberto Carvalho, petista de carteira, de profissão e de fé, irmão camarada do Lula, mas parece que não de Dilma, como não o são os demais petistas, que certamente não amam de paixão a presidente, foi quem finalmente proferiu uma frase, um pensamento que se pode repetir sem náuseas, ou seja, o principal interlocutor do Planalto, ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, afirmou que os xingamentos não vieram só “da elite branca”.
Prosseguiu afirmando: a pancadaria diária é o que resulta no palavrão para Dilma. Disse mais: na Arena Corinthians, não tinha só elite branca (infelizmente o Lula criou isso: a sociedade, no pensamento dele, hoje é formada de elite branca rica e de pobres). Disse que foi e voltou de metrô e encontrou blogueiros e ativistas: “essa coisa desceu, de que somos um bando de aventureiros que veio para se locupletar. Essa história pegou na classe média, na elite e vai descendo, porque não conseguimos fazer o contraponto”. Mais: “esta eleição agora vai ser mais difícil de todas, porque enfrenta o resultado desse longo processo”.
O Lula, após esses xingamentos, não foi capaz de reconhecer como o fez Gilberto Carvalho, que a coisa está escapando do controle. Lançou mais fogo na lenha em um slogan que, de tal infelicidade, volta-se contra ele mesmo e seu partido.
Em 2002, ele lançou: “a esperança vai vencer o medo”; e agora ele lança, com total irresponsabilidade: “a esperança vai vencer o ódio”.
E o ódio, de onde vem? Quem está dividindo a população em “nós e eles”? Quem está dividindo a população em “elite branca rica e pobres”?