A comédia sempre foi um desejo artístico de Thiago Martins. O ator já havia experimentado o humor nos palcos. Porém, durante os mais de 25 anos diante das câmeras, ele só foi se aventurar por um trabalho cômico na pele do mulherengo Júpiter, de “Família é Tudo”, que chega ao fim no próximo dia 27. A experiência inédita foi cercada de expectativas e preocupações. “Fazer comédia com verdade talvez tenha sido a minha maior preocupação. Não deixar a piada em evidência, não sublinhar, joga fora… Nunca tinha feito nada tão escrachado, mas Júpiter me permitiu ir da comédia ao drama, da brincadeira a seriedade. É sempre incrível pra nós, atores, quando podemos circular por todos esses caminhos em um projeto”, valoriza.
Após mais de cinco meses no ar, Júpiter passou por uma série de mudanças. Inicialmente um mulherengo incorrigível, o playboy cai de amores por Lupita, papel de Daphne Bozaski. Apaixonado pela guatemalteca, ele engatou um romance com a jovem nas últimas semanas. Porém, a relação pode estar ameaçada pelos sentimentos confusos de Lupita com relação ao estagiário Guto, de Daniel Rangel. “Desde o início sabia que essa mudança ia acontecer e seria preciso humanizar. Júpiter é um personagem com muitas possibilidades e camadas. Então, fui entendendo o arco do personagem e tentei trazer todo o coração dele para o espectador. O amor transforma e Júpiter é exemplo disso”, defende o ator, que gravou dois desfechos para o personagem. “Torço para que eles terminem juntos. Agora está nas mãos do Daniel (Ortiz, autor) e do Fred (Mayrink, diretor)”, completa.
A trama de “Família é Tudo” marcou a volta de Thiago aos folhetins após “Amor de Mãe”, que foi ao ar em 2020, mas teve sua exibição interrompida por conta da pandemia de Covid-19. O ator estava em busca de um projeto leve e com boa união do elenco. “Um dos melhores projetos que estive presente. Uma novela leve, bem escrita, com grandes pessoas, um projeto vitorioso. Levo muito aprendizado e agradeço por cada encontro”, elogia.
Enquanto se despede de Júpiter, ele também acompanha a repercussão de um projeto recém-estreado no streaming. Na plataforma Max, o ator pode ser visto na série “Cidade de Deus: A Luta Não Para”, que dá sequência ao premiado longa de 2002. A produção, inclusive, já tem uma segunda temporada confirmada. “Tivemos uma repercussão gigante. Fiquei até assustado. Bradock foi o personagem mais difícil da minha carreira até aqui. Mas é gratificante ver dois personagens totalmente diferentes em um mesmo período. Com Bradock fui à intensidade, ao suor, às dores, ao sofrimento. Júpiter me trouxe a graça e a leveza. Estamos equilibrados”, compara.
“Família é Tudo” – De segunda a sábado, às 19h30, na Globo.
“Cidade de Deus: A Luta Não Para” – Disponível na plataforma Max.