A 19ª edição da “Festa do Imigrante” tem início hoje, domingo, dia 20, e continua nos próximos dias 26 e 27 de julho. De acordo com os organizadores, nesta edição o público também poderá visitar a nova exposição do Museu da Imigração de longa duração, “Migrar: Experiências, Memórias e Identidades”.
Dividida em oito módulos, a mostra conta por meio de documentos, fotos, vídeos, depoimentos e objetos, como o processo migratório é um fenômeno permanente na história da humanidade.
Além disso, apresenta um panorama da grande imigração ocorrida nos séculos XIX e XX, abordando o início das políticas imigratórias do País e detalhando o cotidiano da hospedaria de imigrantes.
ATRAÇÕES DA FESTA
Entre as atrações estão as tradicionais barracas de comidas típicas, além de muita arte, música e dança de diversas nacionalidades que compõem a diversidade cultural de São Paulo.
Organizado há 19 anos pelo Museu da Imigração, que antes da reforma era chamado de Museu do Imigrante, o evento tem papel fundamental no resgate da história de mais de 2,5 milhões de pessoas que passaram pela antiga “Hospedaria dos Imigrantes do Brás”, desde o final do século XIX.
De acordo com os organizadores, em 2013, mais de 18 mil pessoas prestigiaram a festa. Para a edição deste ano, estarão representadas mais de 40 nacionalidades, organizadas em 43 expositores de alimentação, 41 grupos de música e dança, e 31 artesãos.
OUTRAS ATIVIDADES
Atividades interativas e educativas também fazem parte da programação. No “Espaço Temperos do Mundo”, por exemplo, as comunidades vão cozinhar pratos típicos e ministrarão aulas sobre o preparo de receitas, como caldo verde, waffles, strogonoff e roletini.
Os interessados em dança poderão participar de minicursos com iniciação a diversos ritmos, entre eles, polca paraguaia, flamenco e dança cigana; dança folclórica tcheca e tango.
O artesanato também terá o seu espaço com as oficinas ministradas por integrantes de comunidades imigrantes para o público em geral, mostrando o passo a passo para realizar o delicado bordado da Ilha da Madeira, a belíssima pintura de ovos da Lituânia e o tradicional origami japonês, por exemplo. Também serão expostas e vendidas peças de vários artesãos.
CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
As crianças terão uma programação especialmente desenvolvida para elas. A “Tenda faz e Conta” traz contações de histórias dos quatro cantos do mundo. Os espetáculos, criados pelo ator Alexandre Camilo, apresentam contos do Brasil (O presente), China (A semente da verdade), Haiti (Macaco e papai Deus), Portugal (A comadre morte) e Zimbábue (O espírito do Baobá). Elas acontecem todos os dias às 11h30, 12h30, 14h30, 15h30 e 16h30, respectivamente.
HISTÓRIA PRESERVADA
Para Crescenza Gianoccaro, presidente da Associação Amo a Mooca, o restauro do museu é um sonho da comunidade realizado. “É muito gratificante porque lá há uma história muito rica que está sendo preservada. No museu podem ser encontrados os nomes de tataravós, bisavós e tantos outros imigrantes que muito lutaram e trabalharam para ajudar a construir este país. É uma forma de respeitar os nossos patriarcas e matriarcas”, observou.
Crescenza, que é descendente de italianos, contou que seus avós não passaram pela hospedaria. “Eles vieram com passagens adquiridas e lá só ficavam os imigrantes. Eles vieram casados, com seus filhos, e foram direto para o Brás. Queriam conhecer as novas terras porque na Itália, naquela época, a situação era muito difícil. O meu pai era fanático pelo Brasil. Pra mim, ir ao Museu da Imigração é muito emocionante porque revejo coisas que fizeram parte da trajetória e da vida da minha família, como as carroças que levavam as frutas e verduras até as pessoas, ver como era São Paulo no passado, entre muitas outras coisas”, recorda.
SERVIÇO
O Museu da Imigração fica na Rua Visconde de Parnaíba, 1.316. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 2692-1866 ou no site. A Festa do Imigrante acontece das 10 às 16 horas. Entrada: R$ 6,00.