As obras de ampliação da Linha 2-Verde, na região do Jardim Têxtil, foram paralisadas a pedido da Justiça. A determinação ocorreu após a descoberta de que no canteiro da Companhia do Metropolitano havia a previsão de derrubada de 355 árvores nativas.
FAUNA E FLORA
De acordo com a 14ª Vara da Fazenda Pública, o Metrô terá de proteger a fauna e a flora nativa da região, além de cuidar do Sítio Arqueológico Córrego Rapadura, que está sob a responsabilidade do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
MINISTÉRIO PÚBLICO
A ordem para suspender as obras atendeu a pedido do Ministério Público, que tenta um acordo com o Metrô para proteger a fauna e a flora da área. Em agosto de 2020, moradores da região protestaram contra o corte de árvores e procuraram autoridades públicas municipais e estaduais. O caso está na Justiça e uma nova reunião entre o MP e o Metrô está marcada para o dia 4 de fevereiro.
RUA BAILIQUE FOI FECHADA
O morador Roberto Leone, que vive na região há 27 anos, afirmou que após a decisão da Justiça, toda a área verde foi cercada. Agora, o espaço em que as pessoas podiam caminhar ou passear com seus cães está bloqueado. Leone afirmou, ainda, que a Rua Bailique, ao lado do terreno, também foi fechada para impedir a aproximação dos moradores. Conforme o morador, não há a necessidade de desmatar, pois a aproximadamente 300 metros da área existe um outro terreno do Metrô como alternativa.
O OUTRO LADO
O Metrô afirmou que tem prestado todos os esclarecimentos ao Ministério Público e à Justiça, assim como já tem feito com a comunidade. Conforme o órgão, causam estranheza as decisões de paralisação de uma obra tão importante seis anos após a licitação que contratou a ampliação da Linha 2-Verde. A Companhia relatou que as obras contam com os licenciamentos ambientais, atendendo a todos os requisitos e compensações exigidas pelos órgãos reguladores. Para o Metrô, a ampliação vai levar à Linha 2 até Guarulhos e nessa primeira etapa serão mais 8 km e 8 novas estações até a Penha, redistribuindo a demanda de passageiros no sistema, facilitando o trajeto dos moradores da Zona Leste para outras regiões e trazendo outros inúmeros benefícios como a redução do tempo de deslocamento e menos trânsito, que colabora com o meio ambiente, evitando a emissão de milhares de toneladas de CO2.
O Metrô fez audiência pública sobre a obra, vendo as fotos por satélite da área e possível verificar que as árvores cresceram ao longo dos anos graças a incompetência do governo de iniciar a obra. Uma pena que um pequeno grupo de poucos moradores estão causando problema em uma obra que tem a capacidade de mudar a vida de várias pessoas em seus deslocamentos. Lembrando que o metrô tem autorização pelo órgão que regulamenta o corte de árvores, além de entregar a área com o mesmo uso que já tinha e toda revitalizada. Poderíamos fazer um abaixo assinado a favor da obra. Lembrando que o metrô seguindo o que está dentro do órgão que regulamenta os impactos está tudo correto. Queremos metrô, queremos menos tempo de viagem e mais tempo para outra coisa. Falam da mudança de traçado que poderia causar um impacto financeiro na obra que poderia até inviabilizar outras estações a longo prazo, agora não vejo nenhum morador falando que estaria disposto a ceder a sua casa para contrução do complexo rapadura – ( levando em consideração o traçado do túnel )
Se vc também é contra o fechamento dessa área, que é uma APP- área de proteção ambiental (pois abriga árvores ameaçadas de extincao e 3 espécies de pássaros ameaçadas de extinção) assine: https://secure.avaaz.org/community_petitions/po/subprefeitura_aricanduvacarraovila_formosa_prefeit_peticao_em_favor_da_retirada_dos_muros_do_complexo_rapadura_jardim_textil
O metrô em em momento nenhum dialogou com os moradores, o metrô sequer participou das audiências públicas. O metrô não está preocupado com o que o resto do mundo tenta Preservar, ” O meio ambiente”. Façam parte da nossa luta,. METRÔ SIM! DEVASTAÇÃO NÃO! COMPLEXO RAPADURA! PEDE SOCORRO
Não há negociações entre os moradores e o Metrô. O Metrô omitiu as informações das obras no estudo de impacto ambiental (EIA) e não fez audiências públicas com os moradores. Os moradores, que querem o Metrô na região, só ficaram sabendo das reais intenções da Empresa no dia 17/08/2020, quando ela emitiu um comunicado entregue em algumas casas informando que no dia 19/08/2020 iria derrubar mais de 370 árvores da região . A rápida mobilização dos moradores que divulgou o caso nas mídias e entrou com uma representação no ministério público impediu esse crime ecológico. O Metrô recuou e informou que iria derrubar apenas 150 árvores, como se fosse pouca coisa. Mas, os moradores descobriram que o Metrô continuava a esconder informações. O local onde pretendem realizar as obras não é apenas uma praça. É uma zepam, zona de proteção ambiental, com um parque linear repleto de aves e matas nativas onde passa o córrego da Rapadura, que dá nome ao parque. Em uma rápida pesquisa no Google é possível ver a ampla variedade de fauna e flora cadastrada no parque. O complexo da Rapadura também tem áreas tombadas pelo IPHAN onde encontram se importantes sítios arqueológicos. Os moradores descobriram através de documentos entregues pelo Metrô ao MP que nessa área de proteção ambiental a Empresa pretendia trazer mais de 80 carretas com 2200 toneladas de equipamentos, construir uma vala de 125m por 40m de profundidade , construir alojamentos, escritórios e refeitórios provisórios para os trabalhadores, construir torres de ventilação e um prédio de 4 andares destinados a oficinas e almoxarifado de peças para a manutenção dos trens e, pior, pretendia canalizar as escondidas o córrego da Rapadura que está no mesmo local da vala. Apenas para conhecimento a PMSP cedeu parte da praça Mauro Broco como empréstimo para as obras do Metrô e a Empresa se comprometeu a devolver a área como estava. Isso tudo é comprovado com documentos. Outro ponto importante é que o Metrô iria fazer a compensação arbórea em outro município distante de São Paulo argumentando que não há espaço suficiente na cidade para o replantio das árvores (ironia querem destruir uma rara área verde no Jardim Têxtil e dizem que não existe espaço para replantio aqui). Então, os moradores apontaram a solução. Há 200 metros da praça Mauro Broco existe uma área abandonada com mais de 400 mil metros quadrados sem árvores que comportaria bem a obra sem nenhum dano ao meio ambiente. O terreno fica muito próximo da praça. Posteriormente os moradores descobriram que o terreno do cotonifício está destinado a especulações imobiliárias razão pela qual o Metrô não quer construir lá. Os moradores descobriram também que a PMSP possuí uma área no terreno do cotonifício equivalente à que cedeu para o Metrô na praça Mauro Broco. Por fim, o relatório final do ministério público apontou várias irregularidades nas obtenções das licenças ambientais dadas pela Cetesb ao metrô, fraudes em documentos e conclui que a área é inviável para a obra apontando também a área do cotonifício como opção para a obra é também para a compensação arbórea de todas as áreas destruídas pelo Metrô para a expansão da linha Verde. Desta forma acho que ficou claro que não houve e não há negociações entre os moradores e o Metrô.”