Por seis votos a cinco os condenados do mensalão foram absolvidos do crime de formação de quadrilha, o que lhes deu a chance de cumprir a pena pelas outras acusações, como corrupção ativa, em regime semiaberto.
Se os brasileiros ficaram indignados com a decisão, o único dos ministros que realmente se incomodou com a situação foi Joaquim Barbosa. Isto porque, diferentes dos outros, ele saiu em defesa de sua carreira e da sustentação da isenção em seu julgamento, apesar de todo o bombardeio da mídia.
Não sabemos até que ponto os outros representantes do Supremo estariam ligados à presidente Dilma ou ao ex-presidente Lula. Intriga o fato deles terem dado uma conotação tão diferente da decisão anterior que estabelecia a condenação.
Joaquim Barbosa tem razão quando fala na abertura de um precedente para outras condenações. Afinal, tudo o que aconteceu tem um grande impacto sobre a opinião da população, principalmente com relação ao STF.
Que crédito terá o Supremo a partir de agora para julgar outros casos, quando olhar para trás e ter de se acostumar com o sorriso cínico de José Dirceu, Delúbio Soares e outros? É esperar para ver, pois o “Mensalão Mineiro” logo entrará na pauta e os embates políticos, em época de eleição, estarão mais do que quentes. Barbosa, por exemplo, está tão disputado pelos partidos quanto as verbas de campanha.
Enquanto isso, Eduardo Azeredo começa a armar sua defesa pensando em como se livrar de condenações mais pesadas, já que seus colegas de política tiveram as penas amenizadas. Até porque ele disse não saber o que estava ocorrendo durante seu governo em Minas, pois tinha total confiança nas finanças comandadas por Claudio Mourão, seu braço direito. O fato de Azeredo não saber de nada lembra alguém?
Pois é, Lula procurou pular do barco antes que o mesmo afundasse. E parece que só ele usava colete salva-vidas, pois seus companheiros se afogaram nas denúncias e perderam seus direitos políticos. Enquanto isso, Lula começa a aparecer como a possível continuidade do governo Dilma, caso ela vença as eleições. Quem diria, depois de quase ter sofrido uma ação de impeachment, agora posa como salvador.
Coisas de Brasil, pois muita água ainda vai passar por baixo da ponte. A assessora do ex-presidente Lula voltou a ser tema do noticiário. Rosemary Noronha está sofrendo uma ação criminal por venda de pareceres. Junto com ela, outros funcionários do governo federal, na época, também estão sendo acusados dos crimes de corrupção, tráfico de influências, formação de quadrilha e falsidade ideológica.
Ou seja, tudo leva a crer que uma grande onda de lama voltará a cobrir as páginas dos jornais e as telas de tevê. Isso porque além de uma campanha eleitoral, estaremos vivenciando todo o circo e baderna que irão emoldurar a Copa do Mundo nos próximos meses. Quebra-quebra, “Black blocks”, manifestações, prisões e muito mais. Tudo acontecerá ao mesmo tempo em todo o Brasil.
Em São Paulo, Dilma, Alckmin e Haddad tentarão blindar a abertura do evento, mas a população já mandou seu recado: “Não à Copa!”, apesar de ser tarde. Por isso, estejamos preparados para um dos anos mais conturbados e, tomara Deus, esclarecedores da nossa história. Quem sabe no meio de tanta confusão as pessoas abram os olhos para a realidade e esqueçam o “Big Brother”.
Sim, na hora do desespero tudo é lançado no ventilador, doa a quem doer. Nesse momento, devemos lembrar da postura crítica e ao mesmo tempo sensata de Joaquim Barbosa. Ele não se deixou levar pelas emoções ou por opiniões emitidas em emissoras de rádio ou televisão.
E se o ministro manteve o controle em suas decisões, nós também deveremos ter a mesma atitude de avaliação, já que seremos massacrados por propagandas que mostrarão um Brasil de sonho e outro que é o pesadelo real. Se o País vencer a Copa então, tentarão apagar nossas memórias com a visita dos jogadores ao Palácio do Planalto, entrevistas mostrando a taça a cada minuto, sorteios de camisetas da seleção, entre outras situações para manter a nossa mente anestesiada. Portanto, abra os olhos!

Sr. Sérgio Murilo,
por acaso devo entender que o Senhor torce para protestos violentos durante a copa?
E,qual seria a razão de querer essa ebulição social?
Acaso o Senhor acha aceitável que grupos insatisfeitos(e sempre haverá) com um governo
eleito pela maioria ,possam pretender apeá-lo do poder pela força(seja das armas,ou da
convulsão social) ?
As eleições não são um instrumento legítimo para aferir a vontade popular?
Ou devemos irmos todos para a briga,sabotagem,golpe?
Não iria discorrer sobre outros aspectos de seu post,para não embaralhar os assuntos,mas
não posso deixar de perguntar: onde o Senhor viu sensatez no Ministro Barbosa?
Dizer que o tal Ministro “não se deixou levar pelas emoções…” ,Senhor Murilo?
Tenho a impressão que o Senhor não assistiu às suas destemperadas(e autoritárias,muitas vezes) intervenções quando sua posição era contestada.Nada condizente,aliás,ao posto de Ministro do STF.
A impressão,clara,que fica de seu texto Senhor Murilo, é a bem conhecida aversão ao projeto de país
– hoje liderado pelo PT,mas não exclusividade deste – que destrava(ainda que comedidamente) os bloqueios para que os que estão embaixo na pirâmide social tenham acesso à plenitude(econômica,cultural,política,…) da vida no Brasil.E ao poder.