Me Chame pelo Seu Nome é um filme de amor, abrindo-se a tudo que essa expressão pode significar. Aberto e suscetível aos mais variados sentimentos, formas e propostas que isso se relaciona, uma obra arrojada o suficiente para assumir toda a sensibilidade de um texto, sem que exista uma preocupação com um sentimentalismo por acreditar na realidade do sentimento que imprime na tela.
O filme faz questão de fazer um close de duas mãos apaixonadas se tocando e isso diz muito num momento em que um pretenso cinema autoral acredita que o bom cinema está no elogio técnico e distante das imagens fundamentais do cinema.
Realmente o que se entende em filmes como este é que essas imagens, consideradas piegas ou algo do tipo, quando estão inseridas nessa potência dos sentimentos, surgem como um exemplo de tudo o que aquele longa representa. Felizmente, Me Chame pelo Seu Nome tem essa consciência e tem esse poder em assumir seus sentimentos e a verdade existentes nele. Dessa maneira, alguns elementos são fundamentais para a construção desse amor de verão tão fundamental e tão forte na obra de Lucas Guadagnino, são eles: uma espécie de relação com o tempo, tanto como memória, quanto como um fato que acontece num determinado período, com data de início e de fim; e a paixão, refletindo a sedução como parte fundamental do amor e de um jogo que se estabelece entre os personagens principais do longa, algo que remete a um sentimento dessa descoberta da sexualidade, ou o amor ainda como um jogo infantil.