Dia 4 de outubro foi a data escolhida para ser o Dia Mundial dos Animais. Neste dia a vida animal é celebrada de todas as formas. Um avanço dentro do âmbito de políticas públicas de saúde destinadas aos animais foi a inauguração do primeiro hospital público veterinário da cidade de São Paulo, no bairro do Tatuapé, que está em funcionamento há um ano e meio.
De segunda a sexta, são distribuídas 30 senhas para atender novos casos de animais adoecidos, que passam por triagem e depois são encaminhados às especialidades. Mais de 100 animais são atendidos todos os dias, entre casos novos e os que estão em andamento como retornos médicos, cirurgias e demais tratamentos. “Se passar das 30 senhas, os veterinários avaliam o caso do animal que chegou após o horário. Se for emergência, ele fica para ser atendido, caso não seja, medicamos o paciente, mas o dono tem que trazê-lo de volta no outro dia e pegar uma senha para conseguir dar continuidade ao tratamento”, informa o médico veterinário Daniel Herreira Jarrouge, um dos diretores do hospital.
No local, os bichos têm tratamento gratuito para as especialidades de oftalmologia, ortopedia, oncologia, dermatologia, cardiologia, endocrinologia, exames de imagens, cirurgias, odontologia e clínico geral. Com aparelhos de última geração, o hospital conta com 30 leitos, centro cirúrgico, internação e UTI. A equipe das duas unidades que fazem parte do mesmo equipamento médico é formada por 70 médicos veterinários e 70 profissionais de apoio.
ALTA DEMANDA
Por ser o único hospital público veterinário da cidade, a demanda de pacientes é grande e muitas vezes os donos têm que voltar para casa com os bichos por não conseguirem atendimento. O espaço físico para receber os bichos está visivelmente necessitando de ampliação, pois muitos donos têm que ficar com os animais na rua, até que sejam chamados para a triagem.
PATOLOGIAS
Os principais casos atendidos no equipamento são politraumatismo, atropelamentos, quedas, indisposições fisiológicas, doenças infectocontagiosas e casos oncológicos em ambas espécies. As doenças renais e os atropelamentos acometem mais aos gatos. Já entre as doenças infectocontagiosas, o médico veterinário faz um alerta aos donos de cães. “Os principais casos de doenças que atendemos aqui são os de cinomose, uma doença que afeta os sinais neurológicos e só é percebida quando os cães começam a ter dificuldades para andar, param de se alimentar, em alguns casos têm convulsões, tosse, espirro, secreção nasal e ocular, vômito, diarreia e ficam sem coordenação motora. Os donos percebem que o animal não está bem e procuram auxilio médico, mas na maioria das vezes, o estágio da doença está avançado e essa doença pode levar o animal ao óbito”, disse.
O veterinário informa que a melhor maneira de se prevenir a doença é com a vacina polivalente canina e os donos devem se atentar e levar os cachorros para vacinação. Apesar do alerta, o hospital não realiza campanhas de vacinação, conforme explica o veterinário.“O departamento público destinado a essas ações é o Centro de Zoonoses. Não é o foco do hospital realizar campanhas. Aqui os atendimentos são exclusivamente destinados a cuidados médicos, técnicos e cirurgias”, destaca Jarrouge, informando também que a Associação Nacional dos Clínicos Veterinários de Pequenos Animais de São Paulo (Anclivepa-SP), curadora do projeto do hospital, promove campanhas de âmbito nacional para a vacinação de cachorros contra a doença.
ABANDONO
Conforme conta o veterinário, dificilmente acontecem abandonos no local. Ele diz que às vezes as pessoas levam os animais para o hospital e os deixam amarrados do lado de fora. “O Zoonoses não aceita esses animais, então temos que tentar fazer a adoção por aqui mesmo. Enquanto o animal fica aqui ele ocupa o leito de um outro que poderia ser atendido, às vezes o animal está bem e está ocupando um leito. As pessoas trazem o animal para cá e acham que ele vai ser bem cuidado, pelo contrário, ele será tratado da forma médica, mas ele é um animal que fica na gaiola, não tem a atenção que deveria e ocupa o lugar de um que poderia estar sendo salvo”, alerta. Em contato com o Centro de Zoonoses da capital, até o fechamento dessa edição, não foram informados os motivos da pasta não receber os animais abandonados.
ADOTE UM AMIGO
Um cachorro e uma gata, ambos sem raça definida, estão no hospital à espera de um lar. “Os dois chegaram com politraumatismos, foram tratados e agora estão aqui. Seria ótimo se conseguíssemos um lar para eles”, conta o veterinário. Quem quiser adotar os bichinhos deve comparecer ao local e assinar um termo de responsabilidade sobre a adoção.
Endereços: Rua Serra do japi, 155 e Rua Professor Carlos Zagotis, 3 – Tatuapé. Telefone: 2667-7804.