Já na primeira sequência deste novo Jurassic World, é possível notar o DNA do diretor Juan Antonio Bayoná: ao manipular com habilidade as sombras e luzes decorrentes de raios, acompanhamos a aproximação do temível T-Rex, cada vez mais perto de um humano incauto. Egresso do cinema de terror – é dele o tenso O Orfanato e a série Penny Dreadful -, Bayoná até imprime sua identidade em Reino Ameaçado, mas não consegue escapar dos arquétipos clássicos da franquia Jurassic Park. Este, no fim das contas, acaba sendo um dos maiores problemas do filme.
Após a nostalgia latente do primeiro Jurassic World, que investiu forte na saudade do público em (re)ver dinossauros desfilando na tela de cinema, esta continuação vai mais além ao replicar, também, personagens – ou ao menos o que significam na trama, como um todo. Senão, vejamos: o cientista idealista de Richard Attenborough agora cabe a um envelhecido James Cromwell, a criança da vez é interpretada pela novata Isabella Sermon, há um punhado de empresários interesseiros ao redor, cujos nomes não serão revelados para evitar spoilers.
O fascínio diante dos dinossauros mais uma vez é explorado, associado a uma campanha para evitar sua nova extinção: um vulcão está prestes a eclodir na ilha Nublar e o mundo se pergunta se deve salvar os animais ou deixá-los seguir seu caminho natural.
Sem muito interesse em desenvolver o debate, Reino Ameaçado prefere rapidamente relembrar um ícone da franquia, Jeff Goldblum, e logo partir para a ação. Mais uma meia dúzia de minutos são gastos para reunir novamente Claire e Owen, até então separados e mais uma vez interpretados por Bryce Dallas Howard e Chris Pratt.