A falta de permeabilidade do solo é um problema recorrente em São Paulo, prejudica a drenagem urbana e aumenta o risco de enchentes. Para isso, a Prefeitura de São Paulo tem investido em jardins de chuva, modalidade capaz de minimizar os efeitos de enchentes e alagamentos na cidade. São Paulo é caracterizada pela presença de prédios, monumentos e de asfalto nas vias e esses fatores podem dificultar o escoamento das águas pluviais no solo. Para diminuir o impacto, a cidade dispõe de jardins de chuva que filtram a água para uma rede de drenagem subterrânea e evitam o acúmulo na superfície.
COMO FUNCIONA?
Construídos com canteiros levemente mais baixos que ruas e calçadas, os jardins de chuva contam com caixas subterrâneas que captam o volume de água e aliviam o sistema de drenagem que normalmente escoaria para os bueiros.
AUMENTO DA UMIDADE
Esse sistema também garante que as plantas permaneçam irrigadas por mais tempo, que haja o aumento da umidade do ar, mesmo em períodos de seca, e facilite a manutenção das áreas verdes. Por tornar os canteiros urbanos mais funcionais, embelezar a cidade e atrair a presença de pássaros, a iniciativa tem sido muito bem recebida pela população.
SECRETARIA
Atualmente, a Secretaria Municipal das Subprefeituras e as administrações regionais são responsáveis pela implantação de mais de 140 jardins de chuva na cidade de São Paulo.
PENHA
O jardim de chuva da Rua Santo Antero, na Penha, é uma ação realizada pela Secretaria Municipal das Subprefeituras e tem como objetivo principal drenar águas pluviais para minimizar os efeitos de enchentes e alagamentos.
AJUDA O MEIO AMBIENTE
O prefeito Ricardo Nunes esteve no local e falou sobre a importância desses pontos para a cidade. “Já temos na cidade 140 jardins de chuva e mais 12 estão em construção. É uma obra que é simples do ponto de vista da realização, que a Prefeitura faz com equipes próprias sem nenhum recurso adicional, mas que ajuda muito o meio ambiente”, destacou o prefeito.
JÁ SÃO 117 JARDINS
Desde 2017, já foram construídos 117 jardins de chuva por toda a cidade. São áreas que revitalizam espaços públicos incentivando que os moradores vizinhos cuidem da cidade. Outros cinco estão previstos apenas para a região da Penha. “Esta era uma área de descarte irregular, que acumulava lixo e entulho, transformada em um lugar agradável, que vai ao encontro das políticas ambientais da cidade, que temos dado muita atenção”, ressaltou o prefeito.
BIOVALETAS
Outra novidade é a construção de biovaletas, que captam as águas pluviais, filtram e reduzem os sedimentos antes de devolvê-las para o sistema de drenagem. São exemplos de sustentabilidade ao alcance da população que começaram a ser implantados na Subprefeitura Sé.
Até o momento, são 500 metros de uma modalidade de jardim de chuva que “colhe” as águas superficiais, com um volume médio de retenção de 1.200 m³. A paisagem da Avenida 23 de Maio foi recriada, contando com mais flores, mais verde e mais permeabilidade sob os viadutos Dona Paulina e Brigadeiro Luiz Antônio. É a primeira calçada verde da cidade. As obras foram concluídas em novembro de 2020.
E O TATUAPÉ?
O Tatuapé também foi contemplado com jardins de chuva, assim como acontece em grandes cidades do mundo como Nova York, nos Estados Unidos, e Sydney, na Austrália. Os jardins de chuva, no bairro tatuapeense, integram o projeto Eixo Platina, um pólo de desenvolvimento socioeconômico, desenvolvido pela Porte Engenharia e Urbanismo. Os jardins de chuva, até o momento, foram absorvidos no projeto Geon 652, o primeiro empreendimento entregue do Eixo, localizado na Rua Vilela.
CURIOSIDADE
A ideia é que os jardins de chuva absorvam a água da chuva em menos de três dias para não gerar desconforto quanto a aparição do mosquito Aedes Aegypti. Outra curiosidade é que as plantas utilizadas no paisagismo do projeto Geon 652 são nativas, capazes de se adaptarem às variações climáticas, contribuindo também com a avifauna que está acostumada e depende dessas plantas.