Após três anos de funcionamento, o Hospital Público Veterinário do Tatuapé, mantido pela Anclivepa (Associação Nacional de Clínicas Veterinárias de Pequenos Animais), continua superando as expectativas em matéria de atendimento e, ao mesmo tempo, também permanece gerando polêmica. Por atender aproximadamente 500 animais por dia, no prédio localizado na Rua Platina, 570, o volume de veículos e de pessoas transitando pela rua praticamente triplicou depois da chegada do serviço.
COCÔ E XIXI
A maior reclamação dos moradores vizinhos está relacionada à sujeira deixada do lado de fora da clínica. Outra crítica diz respeito à quantidade de pessoas que estacionam seus carros na rua para aguardar a senha de atendimento. Como a procura pela clínica é muito grande, os donos de animais chegam ao local cada vez mais cedo, interferindo no sossego dos moradores. Aparecida de Souza, por exemplo, reclama por ter de limpar o cocô e xixi dos bichos em sua calçada todos os dias. “Não é minha obrigação e gostaria que os donos, principalmente de cães, tivessem mais consideração por nós”, pediu a moradora. Aparecida solicitou, também, que os motoristas parem de buzinar e de bater as portas dos carros durante a madrugada, período escolhido por muitos usuários.
AMBULANTES
Com o grande movimento na rua, passaram a surgir diversos ambulantes no local, sejam vendendo lanches e outros tipos de alimentos, como bebidas e objetos dos mais variados. Por conta do comércio, outro fator importuno, conforme os moradores são as conversas em voz alta durante toda a noite. “Não sou contra as pessoas quererem tratar seus animais de estimação, mas nós merecemos respeito”, lembrou Neusa Borges.
O OUTRO LADO
Devido às reclamações, esta Gazeta procurou a Anclivepa. De acordo com uma de suas diretoras, o número de atendimentos ainda está abaixo do ideal e para dar suporte a toda a demanda apresentada a associação teria de abrir outras unidades. Sobre as questões envolvendo moradores, a associação relatou que vem tentando diminuir o tempo de espera dos donos de animais nas ruas.
A direção do hospital veterinário informou, ainda, que orienta e distribui sacos para que os proprietários recolham as fezes dos animais, assim como efetua continuamente a limpeza nas calçadas ao redor da unidade.
Quanto à presença de vendedores ambulantes e carros estacionados em via pública, a Anclivepa ressaltou que não cabe a ela impedir e coibir tal prática. Porém, adiantou que a CET foi acionada para demarcar as áreas de embarque e desembarque na entrada do prédio.
Sobre as condições do prédio e a legalidade da documentação, quanto à liberação de alvará de funcionamento, a Subprefeitura Mooca não se pronunciou. Já a diretoria do hospital esclareceu ter mudado de endereço, em março deste ano, para oferecer melhor estrutura de atendimento.
No que tange ao cumprimento de regras do Centro de Controle de Zoonozes (CCZ) e Anvisa, o hospital ressaltou não haver nenhuma relação entre a unidade e o CCZ, pois se tratam de serviços distintos.
A Anclivepa destacou que a Lei 13.131/2001, em seu artigo 16, determina ao condutor de um animal que ele é obrigado a recolher os dejetos fecais eliminados pelo mesmo em vias e logradouros públicos. Em caso de não cumprimento, caberá multa que pode variar de R$ 10,00 a R$ 100,00 ao proprietário do bicho. Segundo o CCZ, para a aplicação da multa é necessário o flagrante.
Serviço: o hospital funciona de segunda a sexta-feira, das 6 às 17 horas, e aos sábados, domingos e feriados, das 7 às 10 horas. O telefone de contato é o 4323-8502, mas é preciso ter paciência. O site www.anclivepa-sp.com.br estava fora do ar até a última quarta-feira, 16.