Hoje, dia 15 de outubro, a partir da zero hora, começa a valer o horário de verão 2017, e por isso nossos relógios devem ser adiantados em uma hora. A mudança é adotada por 11 estados até 18 de fevereiro de 2018.
O ajuste do horário vale para os moradores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.
QUAL O OBJETIVO?
O objetivo é aproveitar o maior período de luz solar possível para economizar energia. Com a mudança no relógio, o leste do Amazonas e os estados de Roraima e Rondônia ficam com duas horas a menos em relação ao horário de Brasília, enquanto Acre e oeste do Amazonas ficam com três horas a menos.
O chefe da Divisão do Serviço da Hora do Observatório Nacional (ON), Ricardo Carvalho, explica que a diferença de tempo entre o nascer e o pôr do sol durante o verão é maior nas áreas distantes da linha do equador, que divide a Terra entre os hemisférios Norte e Sul. É o caso das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.
“Quanto mais ao Sul, os dias tendem para uma maior variação ao longo do ano, sendo mais longos no verão e mais curtos no inverno. Por exemplo, em 1º de julho, no Rio de Janeiro, a duração do dia foi de 10h45, enquanto em Porto Alegre foi de 10h15. No verão, especificamente no dia 1º de dezembro deste ano, a duração do dia no Rio de Janeiro será de 13h07 e em Porto Alegre será de 13h56”, diz.
SERÁ QUE ESTÁ VALENDO A PENA?
Neste ano, estudos realizados pelo Ministério de Minas e Energia apontaram que a adoção da hora adiantada na época mais quente do ano não resulta mais em economia de energia, e que não há relação direta com a redução de consumo e demanda. Essa questão levou o governo a discutir o cancelamento do horário de verão neste ano, mas a falta de tempo hábil para fazer uma consulta à população sobre o assunto adiou a decisão.
De acordo com autoridades do setor elétrico, a manutenção do horário de verão é considerada uma “questão cultural”. Isso se deve principalmente à popularização dos aparelhos de ar-condicionado, já que os relatórios apontam que a temperatura é o que mais influencia os hábitos do consumidor, e não a incidência da luz durante o dia. Segundo o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, o pico de demanda atualmente ocorre no início da tarde, entre 14 e 15 horas, quando a temperatura está mais alta.
Nos países desenvolvidos, o horário de verão é mais extenso do que no Brasil. Na Europa, vigora de março a outubro; nos Estados Unidos, México e Canadá, de março a novembro.
“Isso é algo além, que entrou na cultura dos países. Na maioria dos países desenvolvidos, existe horário de verão ou inverno, ou até os dois. E nenhum deles faz isso por economia de energia. Quero crer que isso vale para o nosso País também. O que eu defendo é que essa decisão, de manter ou acabar com o horário de verão, não seja apenas do setor elétrico, mas do governo, do País”, declara o ministro.
ADAPTAÇÃO PODE LEVAR ATÉ SETE DIAS
Segundo especialistas, a adaptação pode ser feita em um período de cinco a sete dias. Quem costuma sentir os efeitos da mudança de horário no organismo deve começar a se preparar desde já, adiantando gradualmente a hora de dormir.