O Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) de Guaianases realizou um trabalho de prevenção com profissionais do sexo da região. A equipe foi ao encontro dessa população para realizar testes de identificação do HIV, da sífilis e das hepatites B e C, e orientá-las sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) (https://goo.gl/Lnacpt). Houve também a distribuição de insumos, como camisinhas masculinas, femininas e gel lubrificante.
“A maioria dessas mulheres trabalha em Guaianases, mas reside em outras regiões do município, encontrando dificuldades em acessar as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e relatar sobre o meio em que trabalham”, diz Eliane Aparecida Sala, gerente do CTA. “Acredito ser uma estratégia de prevenção importante para estabelecer vínculos com essa população”, completa.
Para criar, então, mais proximidade com essas mulheres – e até para preservar o sigilo -, os testes usados são os convencionais, colhidos por sangue. Dessa forma, as profissionais são orientadas a buscar os resultados das sorologias no próprio centro de testagem, garantindo um contato mínimo com a unidade de saúde.
Além da testagem, Sala conta ainda que está em articulação com a Supervisão Técnica de Guaianases para ver a possibilidade de coleta do exame de Papanicolau no próprio CTA, uma vez que são públicos vulneráveis para epidemia do HIV e as ISTs, entre elas o HPV.
Estão previstas sete visitas em pequenas casas de entretenimento adulto da região em que atuam mulheres cisgêneras. Os locais no território foram levantados pela equipe do CTA. Até agora, os profissionais do centro já foram em dois espaços, nos quais fizeram uma rodada completa de atendimento às profissionais do sexo.
TUDO DE BOM
Além desse trabalho do CTA, o programa municipal de DST/Aids conta também com um projeto de prevenção em unidades da Rede Municipal Especializada em ISTs/Aids da capital voltado a esse público, chamado “Tudo de Bom”.
A ideia é que travestis, mulheres cis e transgêneros que atuam ou atuaram com o sexo como profissão sejam agentes de prevenção às ISTs/Aids, a chamada educação entre pares, quando pessoas com experiências, vivências e perfis semelhantes se comunicam com mais proximidade e causam, assim, identificação.
“Os projetos de prevenção funcionam de maneira territorializada. Cada território conta com uma equipe que procura pensar nas ações de acordo com o local e as pessoas que ali vivem ou convivem”, diz Juny Kraiczyk, consultora de prevenção do programa municipal.