O registro do Dia Mundial da Água, ocorrido no dia 22, não foi tão comemorativo quanto deveria, frente a série de problemas que a cidade vive em relação ao cuidado com esse precioso bem. Vazamentos, perdas e falta de manutenção na rede de distribuição estão entre os itens mais reclamados, principalmente nas regiões mais afastadas do centro, como a Zona Leste. Em bairros como Itaquera, Artur Alvim, Penha, entre outros, o rodízio é permanente, sendo que em pontos mais altos o desabastecimento, em alguns momentos, ainda é uma realidade.
Moradores dessa região não vivenciam um sofrimento ainda maior por conta das alternativas criadas durante a crise hídrica ocorrida em São Paulo, de 2014 a 2016. Na época, as pessoas saíram numa busca desenfreada por caixas d’água, tambores e outros recipientes de armazenamento. Isso fez com que menos consumidores ficassem sem água. Porém, não modificou a realidade de cortes programados pela Sabesp.
“Moradores pagam conta alta”
A moradora de Itaquera, Patrícia Peres, por exemplo, nota que a tubulação do condomínio onde reside começa a fazer barulho quando a água chega, por volta das 23 horas. “Durante o dia não temos contratempos porque temos a caixa, mas e quem não tem?”, questionou.
A moradora da Vila Carmosina, Olinda Ferreira, afirmou que a Sabesp não distribui nenhum boletim informativo sobre as falhas no abastecimento. “O inconveniente é que também nunca sabemos o quanto de ar vem na tubulação antes da água, pois pagamos caríssimo pelo serviço”, criticou.
Para o especialista Maurício Waldman, os vazamentos nas redes de distribuição de água estão entre os principais problemas da cidade. Isso ocorre por falta de investimentos em tubulações, que em muitas regiões ainda são de ferro e costumam enferrujar. Outras perdas resultam de equipamentos ultrapassados que facilitam ligações clandestinas.