Até a próxima terça-feira, dia 20, às 19h15, ainda dá tempo de ver a peça “Todo Camburão Tem Um Pouco de Navio Negreiro”. Criação do grupo cearense Nóis de Teatro, o espetáculo discute a criminalização e perseguição da juventude negra das periferias, debatendo também a desmilitarização da política brasileira.
Dividido em três atos, a trama, com direção de Murillo Ramos e dramaturgia de Altemar Di Monteiro, narra à saga de Natanael, um menino negro que, inserido em um contexto de opressão e violência, é levado a tomar decisões que lhe custarão um julgamento popular. O público é convocado a decidir sobre o destino de Natanael, provocando um forte debate sobre o extermínio da juventude negra nas periferias. Após as apresentações, haverá debate com a plateia.
O espetáculo contemplado no Prêmio Funarte da Arte Negra teve mais de 50 apresentações por todo o País.
O Nóis de Teatro atua desde 2002 na periferia de Fortaleza. Nesses 16 anos, o grupo desenvolve projetos culturais (circulação de espetáculos e oferta de cursos, intercâmbios e oficinas de teatro e percussão) no Território de Paz do Grande Bom Jardim, tornando-se uma das referências nacionais de trabalho artístico desenvolvido em periferia.
Junto a este conjunto de ações, o coletivo também acabou de lançar uma publicação que celebra 15 anos de atuação: o livro Caminhares Periféricos — Nóis de Teatro e a potência do caminhar no teatro de rua contemporâneo, material que discute os meandros poéticos e políticos da ação do Nóis de Teatro, na periferia de Fortaleza.
Entrada franca com ingressos distribuídos a partir das 9 horas do dia do evento. Local: Praça da Sé, 111, próximo à estação do Metrô. Classificação: 16 anos. Mais informações no telefone 3321-4400.