Na última terça-feira, dia 26, aconteceu no auditório da Unip, no Parque São Jorge, a “1ª Reunião Plenária de Polícia Comunitária do CPAM-11”, atualmente sob o comando do tenente coronel PM, Benedito Pereira. Para falar sobre o tema “Violência Urbana – Educação para Segurança”, foi convidado o major PM da reserva, Diógenes Viegas Dalle Lucca.
Especialista em gerenciamento de crise, o major Lucca comentou a notícia veiculada em todos os jornais daquela manhã sobre o aumento de 114% no número de latrocínios – roubos seguidos de morte –, e fez uma correlação com o tema da palestra.
“Esse é o tipo de publicação que deixa todo mundo em pânico. Não podemos negar que existem falhas no sistema, que é preciso rever a legislação atual e que há muito a ser melhorado. Mas também temos que ressaltar que a polícia recebeu investimentos e tem muito mais condições hoje para trabalhar do que no passado…”
“…Mas tem uma outra questão muito importante: durante um assalto, controlar os impulsos para não cometer qualquer tipo de reação inesperada, faz a diferença e pode salvar a sua vida num momento de estresse extremo”, observou.
“…Sei o quanto isso é difícil, mas se a pessoa trabalhar diariamente para alcançar esse controle, ela conseguirá conquistar o equilíbrio e, instintivamente, saberá gerenciar as emoções no momento de crise e minimizar os efeitos traumáticos que ficam após um assalto”, comentou o major Lucca.
EDUCAÇÃO PARA SEGURANÇA
“…Não estou transferindo [no caso do aumento do número de latrocínios] a culpa para as vítimas; não é isso, mas depois de 30 anos na ativa, sei o que estou falando… O assaltante tem medo e não quer que nada aconteça com ele. E, na maioria das vezes, também acaba agindo no impulso em razão de algum gesto ou reação da vítima… Ele também está sob tensão. E, em questão de segundos, o nervosismo acaba sendo o fator determinante para as piores reações. Sei que trabalhar o emocional em busca do equilíbrio é um desafio, mas ao fazer isso, a pessoa estará investindo na educação para a sua própria segurança e para uma melhor qualidade de vida.”
Outra dica do major Lucca é manter a atenção. “As pessoas devem estar atentas para os sinais de alerta, ao que acontece ao seu redor. Por exemplo: ao perceber duas pessoas suspeitas, não siga na mesma direção. Mude de calçada. Se elas atravessarem também, com calma, pense em uma alternativa para evitar o assalto. É o que chamamos de antecipação. Uma alternativa é entrar em uma loja, por exemplo. Na maioria dos casos os suspeitos vão embora. Sabe por quê? Porque eles perceberam a sua atenção e a abordagem já está comprometida. Agora, se mesmo com a antecipação da ação não for possível evitar o assalto, mantenha a calma e entregue o que ele ou eles pedirem. Não reaja.”
“…Dar a volta no quarteirão antes de entrar em casa com o carro é outra medida de segurança… Assim como andar com as portas travadas, com os vidros levantados… Não dê ‘bandeira’. Hoje sabemos que a grande maioria dos assaltos é por motivação financeira, ou seja, para fazer dinheiro. São pessoas que agem no oportunismo, que ficam de olho e vão atrás das pessoas que darão ‘menos trabalho’ e menos riscos”, destacou.