A Emei Presidente Dutra, localizada na Rua Santo Elias, 146, Tatuapé, está fechada. No portão de entrada é possível ver um aviso dizendo que os atendimentos estão sendo feitos na Emef Jackson de Figueiredo, situada na Rua Itapura, 110. Diante da situação, a reportagem desta Gazeta conversou com alguns moradores da região para tentar descobrir o que vinha ocorrendo na Emei para entender a decisão da Secretaria Municipal de Educação.
PATRIMÔNIO
De acordo com Isabel Secco Dias, que também é presidente do Conseg do Parque São Jorge, a escola, que é um dos patrimônios históricos do Tatuapé, há muito tempo precisava de uma reforma em sua estrutura. Porém, como essas obras não começaram, e o prédio foi invadido por cupins, toda a parte de forro e madeiramento se deteriorou. “O resultado é que parte do teto da Emei começou a cair, assustando as crianças, os pais e os profissionais da instituição”, ressaltou Isabel.
CONPRESP
Odair Cogliano, ex-aluno da escola e que costuma organizar eventos para reunir os colegas da época, afirmou ser um absurdo o fato de uma das escolas mais tradicionais do bairro ser esquecida pela Prefeitura. Segundo ele, por conta do órgão ter sido tombado pelo Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) deveria ser respeitado em primeiro lugar por fazer parte da história de vida de muitos moradores.
SECRETÁRIO
Como membro do Conpresp e da Comissão de Política Urbana na Câmara Municipal, o vereador Toninho Paiva encaminhou pedido ao secretário da Educação, César Callegari, para que fossem tomadas providências com relação à interdição da Presidente Dutra. “Afinal, o fechamento está trazendo sérios transtornos aos 124 alunos que foram realocados para escolas próximas”, salientou.
GERAÇÕES
A ação do parlamentar se deu também por conta de dúvidas de moradores no que diz respeito à possível utilização comercial do terreno por construtoras ou empresas particulares. Essa questão vem revoltando as pessoas que residem no Tatuapé há mais tempo, pois a escola acolheu várias gerações de famílias e ainda recebia muitas crianças até seu fechamento.
JACKSON
Cogliano lembrou, ainda, que os moradores pretendem defender uma parte do terreno da Emei para que ela não seja englobada pelo Hospital Municipal do Tatuapé, existente ao lado. “Nossa intenção é obter a reforma o quanto antes para as crianças poderem voltar. Principalmente por elas não estarem sendo bem atendidas na Jackson de Figueiredo”, avisou. Outra tristeza do morador está relacionada ao fato dele não conseguir realizar o encontro de ex-alunos dentro da própria escola, como em todos os anos anteriores.
O OUTRO LADO
De acordo com a Diretoria Regional de Educação Penha, o prédio da Emei Presidente Dutra é tombado e precisa de restauração. Segundo a Diretoria, em decisão conjunta entre a direção da unidade e uma comissão de pais, as crianças foram encaminhadas provisoriamente para a Emef Jackson de Figueiredo, onde estão acomodadas em quatro salas de aula, juntamente com seu corpo diretivo (diretor, assistente, coordenador pedagógico, professores e auxiliares de educação).
SALAS CEDIDAS
Conforme a DRE – Penha, essas salas eram usadas para outras atividades e, por isso, puderam ser cedidas para a Emei, sem prejudicar a rotina da Emef. Tão logo a restauração termine, os alunos voltarão para a unidade. A Diretoria também ressaltou que o prédio da Presidente Dutra não foi invadido e um guarda da escola está cuidando do espaço. A Diretoria não revelou quando serão iniciadas as obras de restauração, o que será feito e nem quanto tempo elas irão demorar.
Me sinto realmente muito triste em ver a escola onde passei minha infância , nestas condições!!! A 46 anos atrás eu corria e brincava por este pátio, muita saudade!!