A poucos meses da Copa do Mundo, vimos a construção de muitos estádios e, com eles, o gasto de bilhões de reais. Toda a verba envolvida tentou, ao mesmo tempo, amenizar o sofrimento de quem irá utilizar o transporte público para ir aos jogos. Fala-se ainda em acessibilidade e em como o comércio poderá ser beneficiado com o mundial. No entanto, e o legado cultural que será deixado principalmente para as crianças?
Até agora não se vê que um real sequer foi destinado à criação de novos espaços culturais ou à manutenção do que temos. Do que adianta os governos municipal, estadual e federal voltarem suas energias para obras de estádios e de trânsito, quando não se pensa em como fazer as crianças aprenderem alguma nova informação com tudo isso?
Por esforço próprio, alguns professores da rede pública ou instituições religiosas procuram levar alunos e crianças para conhecerem o estádio, descobrirem algo sobre as culturas dos países que trarão suas delegações ao Brasil, entre outras histórias ligadas ao próprio futebol. Por outro lado, assistimos a uma preocupação demasiada com patrocinadores e marketing esportivo. Com isso, os investimentos para a Copa chegam de todas as partes, mas e para o que é realmente importante? Nosso legado de aprendizado?
Promessas temos muitas, mas ações verdadeiras são pouquíssimas. Enquanto isso, vemos um desfile de carros oficiais, helicópteros e de grandes investidores querendo apostar no Brasil. Porém, quem são nossos interlocutores para que esse dinheiro chegue a museus, exposições, palestras e outros eventos culturais? É bom procurarmos nos informar, pois a Copa passa e os problemas ficam.
