Dirceu, Genoíno e Delubio, será que agora vai?

Não é o ponto final do processo do “mensalão”, mas é uma página viva da história para ser guardada com bastante carinho. Poucos, como nós, acreditavam que poderíamos, ainda em vida, ver uma coisa dessas: os três irmãos “metralhas” na cadeia; claro que falta um, mas esse um continua blindado; não será para sempre, mas está blindado.

Finalmente, o STF, depois de longa batalha, 8 anos de inglórias lutas, acabou derrotando o mal. Eles responderão, é bem verdade que de uma forma muito suave, até que os demais recursos sejam julgados; ficarão no chamado regime semiaberto, ou seja, durante o dia saem para “trabalhar”, até parece, e à noite voltam para dormir no cárcere. Resta saber quem irá controlar isso.

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O bom é que isso acontece durante a campanha eleitoral. Claro que Lula e a sua tropa lutaram muito para que tudo ficasse para depois das eleições de 2014, mas o clamor popular falou muito mais alto e até sensibilizou o Lewandowski, a quem uma vez mais coube o voto decisivo, só que, desta vez, não se curvou às orientações do grande “mentor”, e preferiu ficar com o povo e a Lei.

A grande cúpula do PT está enquadrada, apesar de que ainda falta muita gente, aliás essa grande cúpula ramificou e proliferou-se, tanto que na Prefeitura de São Paulo já surgiram novos “mensaleiros” e sob o comando de gente “grossa”. Nem é bom falar; todos sabem de quem estamos falando, e que, também, terão um longo caminho de processo, mas que graças ao exemplo agora dado pelo STF, certamente não terão outra sorte, porque o que fizerem está exatamente dentro dos mesmos crimes capitulados por seus “mestres”.

Sem dúvida eles fizeram escola e os alunos aí estão. Até vereadores já estão incluídos e depois não querem que falemos dos ‘petistas”, aliás, não se fala em um fato de corrupção em que não esteja envolvido um “petista”. Sem dúvida todo sucesso agora atingido pelo STF deveu-se à ampla cobertura do caso pela mídia, sendo que este julgamento serve de objeto para refletir os aspectos relevantes de nossa política, especialmente a necessidade de haver responsabilidade ética.

O pedido de prisão imediata demonstrou grande seriedade na condução do processo. Revoltam-se os advogados, claro, queriam primeiro que tudo fosse encerrado, ou seja, a prescrição dos embargos infringentes, que são para apenas alguns condenados, e aí só depois a aplicação da pena.

Andou muito bem o STF fatiando os crimes, aqueles sobre os quais já não cabem mais recursos. Deviam mesmo transitar em julgado e partir-se para o início do cumprimento da pena com relação a eles. Aqueles sobre os quais ainda restam recursos ficarão para depois, mas, o importante, é que não haja impunidade.

Isso tudo foi bom demais, porque deu uma demonstração de que ainda existe um pouco de seriedade no País. Resta, sem dúvida, uma esperança que um dia o “lulapetismo” vai se esvaziar e voltaremos a ter um país decente, correto, de pessoas responsáveis e sem mentiras, onde tudo é lançado como culpa das “zelites”, da imprensa, da mídia, da oposição, onde ninguém assume nada e nunca viu nada.

Demorou muito, mas valeu a pena. Os “chefões” poderão sentir o peso da lei e não escarnecer da lei. Que permaneçam pelo menos até o Natal, porque, com certeza, os advogados ainda buscarão uma forma de recorrer e os tribunais, que têm muitos juízes nomeados pelo “padrinho”, poderão dar efeitos suspensivos e outros quetais, afinal, agora é a fase de execução da pena. É possível que ainda restem outras batalhas e mesmo que não haja, eles irão buscar, o próprio Dirceu disse que irá recorrer à Corte Internacional de Haya, como se não lhe houvesse dado todas as oportunidades de defesa, como se a Corte pudesse interferir na soberania de um País, mas ele vai recorrer.

Como afirmou o ministro Luiz Roberto Barroso, “o jogo um dia chega ao fim”. Mas será que chegou mesmo?