Dizem que quem nasce no Tatuapé, mora e morre no bairro, pois não consegue sair. Isto é fato, consequência do amor pelo lugar. Mas e aqueles que não nasceram no bairro e, por um motivo ou outro, vieram para cá e optaram por ficar? Quais motivos seriam? O bairrismo, as pessoas, a gastronomia, a família, as compras. Muitas foram as razões que os moradores entrevistados nos deram.
AMIZADES ADQUIRIDAS
“Nasci no Tatuapé. Nunca morei em outro lugar”, respondeu o arquiteto Joel J. Abrão, 56 anos, no início da entrevista, entusiasmado e já se declarando apaixonado pelo bairro onde nasceu. Ao perguntar por que ele permaneceu por aqui com seu trabalho e residência, Abrão respondeu que as amizades adquiridas ao longo dos anos, que também permaneceram aqui, estudaram e trabalham no Tatuapé, solidificam o bem querer das relações humanas. E isto para ele é o bastante.
Boas escolas, a tranquilidade e o desenvolvimento do bairro são bons motivos para morar no Tatuapé.
TENHO TUDO QUE PRECISO
A história da estudante Maria Isabela C. Espinosa, 15 anos, e de sua família é bem interessante. Seu pai tinha uma empresa em Alphaville e sua mãe trabalhava no Morumbi, para facilitar as coisas eles compraram uma casa no Tamboré e fizeram uma surpresa para os filhos, que na época eram pequenos. Só que a surpresa ficou por conta dos pequenos que não aceitaram de modo algum deixar o Tatuapé. O prejuízo para seus pais foi grande, pois já haviam vendido o apartamento que moravam, mesmo assim em nenhum momento se arrependeram de ficar por aqui.
Os amigos são um bom motivo para Isabela. “Moro aqui desde que nasci. Tenho meus amigos, tenho tudo que preciso no bairro e a maior parte da minha família mora aqui no Tatuapé.”
LAÇOS FAMILIARES
Adelaide Lavinia de Almeida Rosa, 69 anos, mora no Tatuapé há 63 anos e só tem elogios a fazer.
“Nossa, adoro este bairro. Gosto da minha rua, dos meus vizinhos, de poder fazer o que preciso sem precisar me deslocar a outros bairros. Tenho tudo que preciso bem perto da minha casa. Além disso, a minha história de vida está toda aqui no Tatuapé. Da infância, aos estudos até o casamento. Constitui família e estão todos aqui”, comentou Adelaide.
Adelaide relembra com muito carinho da trajetória da família. “Meus pais moravam no Brás e, quando vim para o Tatuapé, era uma criança. Eles alugaram uma casa na Rua Cambembé. Como era gostoso morar lá. Acompanhei toda a evolução do bairro e não penso em sair daqui. O Tatuapé oferece de tudo aos seus moradores”, finalizou.
CLIMA DE FELICIDADE
O corinthiano Gustavo A. Rodrigues, 13 anos, mora no Tatuapé desde que nasceu. Seus pais já eram residentes do bairro quando casaram e por aqui ficaram.
Mesmo adolescente, Gustavo apontou a existência da diversidade e a boa qualidade comercial, bons restaurantes e academias como bons motivos para morar no Tatuapé. Mas ao dizer “Adoro o Tatuapé, pois nele há um clima de felicidade, onde todos se conhecem e procuram ser amigos” mostrou que o bairro ainda preserva proximidade entre seus moradores.
No fim da entrevista, Gustavo espontaneamente saudou o Tatuapé com a frase “Feliz aniversário pro bairro!”
FACILIDADE DE VIDA
Há 17 anos, a empresária Maria Cristina Trovão Titos, 53 anos, optou em morar no Tatuapé, até então morava em Santana, para facilitar sua vida e a de sua família, pois suas filhas estudavam em um colégio aqui no bairro, e ela e seu marido não queriam mudá-las de escola por conta das amizades que já haviam conquistado. “Resolvemos mudar para facilitar, pois morávamos distante”, declara Maria Cristina, que hoje mesmo com suas filhas formadas e ela trabalhando no litoral norte de São Paulo optou em manter sua residência no Tatuapé.
Para a empresária, o Tatuapé é um bairro completo, tem bons restaurantes, ótimas lojas, belas academias. “É um lugar de povo bairrista (pessoas que gostam de curtir o bairro) e shoppings excelentes.”
SAUDOSAS RECORDAÇÕES
“Minha mãe veio para o Tatuapé com quatro anos de idade e meu pai morava na Rua Torrinha, uma travessa da Rua Azevedo Soares. Há 72 anos moro no Tatuapé e só tenho boas recordações”. As palavras são de Valter do Nascimento Rosa, que é casado com Adelaide Lavinia de Almeida Rosa.
“Nos conhecemos ainda criança, quando o pai dela estava à procura de uma casa para alugar. Desde então, o destino encaminhou tudo”, comenta com um sorriso no rosto. “O Tatuapé, pra mim, é tudo. Lembro do bairro tomado por chácaras. Era muito gostoso. E os campos de futebol? Nossa, eram vários. Só no final da Rua Tuiuti tinham três. Joguei em todos os campos do bairro”, frisou.
E Valter concluiu. “O Tatuapé oferece tudo que o morador de um bairro precisa. De escolas a shoppings, faculdades, mercados. Fico contente de poder morar aqui e preservar a história familiar que conquistei”, concluiu.
CLIMA DE INTERIOR
Vindo do interior de São Paulo, o delegado do policiamento judiciário do 52º DP, Eduardo Eugenio Salaroli Kosovicz, adotou o Tatuapé há oito anos. Um dos motivos que o fez morar no bairro foi o fato dele ter trabalhado por 11 anos no 30º DP – Tatuapé.
Neste período, apesar de estar se adaptando à cidade grande, os moradores do bairro e profissionais da Polícia Civil lhe acolheram de maneira muito carinhosa. Isto fez com ele conquistasse muitas amizades que perduram até hoje.
Inclusive, o fato de ter aprendido muito com as famílias mais tradicionais do Tatuapé lhe levou a uma aproximação cada vez maior com o bairro.
Consequentemente, decidiu comprar um imóvel na região por conhecer outros méritos do lugar.
“Além do Tatuapé me fazer lembrar um pouco da cidade de onde vim, me dá a oportunidade de aproveitar os benefícios de um lugar moderno, com comércios de todos os tipos, dispondo de marcas famosas, três shoppings centers e uma rede gastronômica que não perde em nada para os restaurantes instalados em regiões mais nobres da cidade”, enumerou Kosovicz.
TRABALHO E FAMÍLIA
“Nasci no Tatuapé e estudei no Colégio Mary Ward. Venho de uma família de dentistas e, meu pai, há 60 anos, montou um consultório no bairro”. As palavras são da dentista Marta Bueno Penteado, que fala com muito carinho do bairro onde mora.
“Depois do colégio mudamos, mas meu pai manteve o consultório em atividade. Gostava quando vinha com ele até o laboratório de prótese. Mesmo morando longe, nunca perdi o contato com o Tatuapé. Quando me formei, ele perguntou pra mim e para o meu irmão, que também é dentista, quem gostaria de trabalhar aqui. Aceitei na hora”, contou Marta.
Para ela, o Tatuapé significa tudo. “Casei, constitui família e, um fato curioso, é que meu marido, que morava na Freguesia do Ó, ficou encantado com o Tatuapé quando veio pra cá pela primeira vez. Bom, o resultado é que ele não pensou duas vezes em vir morar aqui”, destacou.
E Marta concluiu. “Outro fato curioso é que o meu filho, que também é dentista, se formou na Unicid e hoje, além de trabalhar em outros consultórios, também trabalha comigo. Isso é um privilégio”, finalizou.
HÁ MAIS DE 50 ANOS
Apesar de ter nascido no bairro do Belém, a professora Márcia Bergamini Guerra chegou ao Tatuapé com meses de vida. Desde a infância, até agora, mais de 50 anos depois, Márcia viu a região passar por várias fases. Ela se lembra de quando saía de sua casa, na Rua Honório Maia, para passear com o pai, e pegava o bonde na Avenida Celso Garcia.
“Minha família veio da Itália e trouxe com ela os costumes de união e receptividade do povo. Então, quando saíamos para ir à padaria Rio de Janeiro, por exemplo, parávamos a todo o instante para cumprimentar as pessoas”, relembrou.
A professora falou, ainda, sobre seu carinho extremo pelo bairro. “Mesmo lecionando até hoje na região do Ibirapuera, prefiro morar no Tatuapé, pois é tranquilo e bom de viver”, ressaltou. Ela afirmou que gosta de cuidar do bairro como sendo uma extensão de sua casa, mantendo limpo e pedindo às pessoas amigas que façam a mesma coisa.
PADRÃO ZONA SUL
Durante 30 anos Claudio Almeida saiu do Tatuapé em direção ao centro da cidade para trabalhar. Até que, um dia, resolveu mudar esta situação. “Resolvi concentrar as minhas atividades no Tatuapé. Com isso, tive um ganho em qualidade de vida muito grande. Moro no bairro e o meu dia chega a ganhar duas horas a mais e, assim, posso me dedicar a outras coisas, principalmente à família. O fato de não me deslocar mais para o centro deu uma quebrada no estresse. O bom é que o Tatuapé oferece condições para essa rotina”, observou.
Almeida destaca ainda a infraestrutura do bairro. “Temos tudo que os bairros de alto padrão da Zona Sul oferecem. Se precisar de agência de carros, temos, bons restaurantes, temos, uma panificadora ou um açougue mais requintado, temos. O mesmo shopping que tem no Morumbi tem aqui no Anália Franco. Ou seja, não precisamos atravessar a cidade para nos divertir e encontrar o que é bom. Aqui tem tudo também”, concluiu.
DE VOLTA AO TATUAPÉ
O consultor administrativo e diretor do PET – Anália Franco Mohamed M. Mourad, 48 anos, se declara apaixonado pelo Tatuapé. Seu bairro natal é a Vila Antonieta, mas ele se considera um tatuapeense fanático desde 1974 quando veio morar aqui. Em 1996, quando casou, voltou para Vila Antonieta com sua vida toda estruturada no Tatuapé. “Trabalho, faço banco, passeio, faço compras, vou ao médico, tudo por aqui. Só durmo na Vila Antonieta”. Hoje Mohamed comemora o fato de estar voltando ao Tatuapé, com a aquisição de seu novo apartamento na Rua Professor Pedreira de Freitas.
Na opinião de Mohamed desfrutar da boa gastronomia e infraestrutura comercial, contar com boas escolas e bons hospitais e ter um parque maravilhoso como o PET já são motivos suficientes para morar no Tatuapé.
EXCELENTE GASTRONOMIA
Mariana Oliver Campbell tem 23 anos e mora no bairro desde que nasceu. Como uma boa tatuapeense, não abre mão de frequentar bons restaurantes para apreciar as várias opções em gastronomia que o bairro oferece. “Meus lugares preferidos são o Jordão, a Cervejaria Paulista, o Outback Anália Franco. Quando saio para me divertir, gosto de opções que tenham restaurantes, dentre elas o La Pergoletta, Condimento e Attrio Pizzaria, que são meus preferidos. Mariana qualifica o Tatuapé como um bairro acolhedor, que possui infraestrutura completa e diz que pretende ficar no bairro por muitos anos.