Nos dias 19 e 20 de julho, o Largo São José do Belém foi o palco para a realização da festa em comemoração ao aniversário do bairro do Belém, que acaba de completar 115 anos de fundação.
Com a presença do vereador Toninho Paiva, do ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, e de muitos belenenses, as atrações foram variadas e agradaram o público. No domingo, foi a vez do Grupo Demônios da Garoa subir ao palco.
A gastronomia também foi garantida com as várias barracas de comes e bebes. O evento foi organizado pela Sociedade Amigos do Belém e contou com o apoio da CET, Polícia Militar, Subprefeitura Mooca e Sesc.
TRAJETÓRIA
A história do Belém começou a ser escrita no dia 30 de junho de 1899, em uma área repleta de muito verde e cercada por antigos casarões. Cenário este que atraía milhares de pessoas importantes à época para descansar e curtir a natureza.
Impossível não associar a trajetória do bairro ao crescimento industrial da cidade de São Paulo. Uma das provas é a Vila Maria Zélia, que ainda conserva viva a imagem do que um dia foi uma vila de operários, estrutura esta pioneira e que se tornou muito comum na época de ouro do período industrial.
Entre os anos de 1911 e 1916, Jorge Street, um empresário brasileiro defensor da indústria têxtil, fundou no Belenzinho aquela que viria a ser a primeira vila operária, com o objetivo de abrigar cerca de 2.100 funcionários. Seu nome, Maria Zélia, foi uma homenagem à sua filha, que veio a falecer na adolescência vítima de tuberculose.
SUPORTE
Através destas vilas, a ideia era de poder oferecer bem próximos aos locais de trabalho, não apenas moradia, mas escola, mercearia e até atendimento médico aos milhares de operários formados, na sua maioria, por imigrantes.
No caso do Belém, as tecelagens e as fábricas de cristais foram os setores que mais impulsionaram a expansão do bairro formado em grande parte por italianos, espanhóis, portugueses, alemães e até poloneses, que chegaram à região no final do século XIX.
Outra instalação ainda de pé, símbolo do envolvimento do bairro no crescimento industrial no início do século XX, é o prédio que abrigou a indústria Moinho Santista. Atualmente ele dá lugar ao Sesc Belenzinho.
A religião também sempre se fez presente. Com data de 1897, a Paróquia São José do Belém pode ser considerada o cartão postal do Belém, fazendo parte, inclusive, do patrimônio cultural e histórico da cidade.
De acordo com os últimos dados da Prefeitura, atualmente o distrito do Belém conta com uma área de seis quilômetros quadrados e uma população de 45.057 mil habitantes, de acordo com o senso de 2010.