Por Sérgio Murilo Mendes
Apesar dos índices de crimes de estupro terem sido zerados nas regiões do 30º e 52º DPs, respectivamente do Tatuapé e do Parque São Jorge, a antiga Subprefeitura e atual Prefeitura Regional Mooca não atendeu ao pedido das delegacias e das Companhias da PM de melhorar as condições de iluminação e de limpeza dos baixos dos viadutos Antonio de Paiva Monteiro (antigo Catiguá-Balem) e Alcântara Machado. Os dois locais foram utilizados várias vezes por suspeitos que atraíam as vítimas após elas deixarem a estação Tatuapé do Metrô, tanto do lado da Radial Leste, quanto do lado da Avenida Celso Garcia.
Com menos estupros, obras foram esquecidas
DELEGADA
A delegada titular do 30º DP – Tatuapé, Ana Lúcia de Souza, fez a primeira solicitação à Prefeitura, para revitalizar o baixo do Alcântara Machado, junto à Avenida Salim Farah Maluf, em 2015. Na época, a prisão de um suspeito só ocorreu depois de terem sido registrados três casos. Ana Lúcia solicitou ao representante da antiga subprefeitura que fechasse o espaço com alambrados e pedisse ao Ilume (Departamento de Iluminação Pública) para providenciar luminárias no lugar. O mesmo pedido foi feito para o Viaduto Antonio de Paiva Monteiro, com início junto à Rua Felipe Camarão. No local, além de existir um acesso para a Salim Maluf, totalmente escuro à noite, há um terreno sob o viaduto que costumava ser usado pelos suspeitos.
CRIMINOSOS
Na última quarta-feira, 24, a reportagem desta Gazeta voltou aos dois locais e os encontrou pior do que estavam. Os baixos do Antonio de Paiva, por exemplo, foram ocupados por famílias, que levaram objetos pessoais, colchões e móveis. Ao lado do mesmo viaduto, existe uma viela, criada por conta de um prédio que foi construído em paralelo. Neste caso, o lugar se transformou em um ponto viciado de descarte de entulho e lixo. Além disso, a passagem permanece totalmente escura, tornando-se uma opção para os criminosos.