Parte da estrutura do Viaduto Antonio de Paiva Monteiro (antigo Catiguá-Balem) começa a ficar comprometida devido às várias fogueiras que estão sendo feitas sob a obra. O lugar está sendo usado como moradia e também como espaço de reciclagem para a separação do material recolhido. Na última sexta-feira, dia 1º, a reportagem flagrou dois homens abrindo um dos sacos levados para a área. Enquanto eles faziam a atividade, outra pessoa dormia em um sofá enquanto uma quarta, sentada no chão, só observava.
Nos baixos do viaduto também havia várias peças de roupas e calçados espalhados, galões de água, utensílios domésticos e muito lixo. Desde maio deste ano a Prefeitura Regional Mooca vem sendo alertada sobre o perigo de se deixar aumentar o número de moradores no terreno. Além disso, comandantes de companhias da PM e delegados pertencentes ao 30º e 52º DPs já haviam pedido ao órgão municipal que observasse as condições desse e de outros viadutos, como o Alcântara Machado e o da Marginal do Tietê com a Avenida Salim Farah Maluf. Os dois pontos próximos à estação Tatuapé do Metrô estavam sendo usados para a prática de estupros.
A delegada titular do 30º DP – Tatuapé, Ana Lúcia de Souza, fez a primeira solicitação à Prefeitura, para revitalizar o baixo do Alcântara Machado, junto à Avenida Salim Farah Maluf, em 2015. Na época, a prisão de um suspeito só ocorreu depois de terem sido registrados três casos de violência sexual. Ana Lúcia solicitou que o espaço fosse fechado com alambrados e pediu ao Ilume (Departamento de Iluminação Pública) para providenciar luminárias no lugar. O mesmo pedido foi feito para o Viaduto Antonio de Paiva Monteiro. Isso porque na lateral dele existe uma viela, criada após a construção de um prédio paralelo. Além disso, a passagem se transformou em ponto viciado de descarte de entulho e está totalmente escura.