Quatro meses depois da realização da audiência pública no Parque São Jorge, os moradores ainda estão aguardando pela realização de ações. O Albergue “São Camilo II”, localizado na Rua Ivaí, 187, por exemplo, continua gerando polêmica no próprio endereço e no entorno. Na oportunidade, o documento entregue ao Ministério Público e aos vereadores Adolfo Quintas e Edir Sales, proponentes do encontro, protestava contra a presença de homens em colchões ocupando toda a calçada, além do uso de drogas e a venda de cigarro e bebidas alcoólicas, sem contar a falta de limpeza e brigas entre os atendidos. Contudo, o problema persiste, mesmo depois da Prefeitura afirmar que efetiva intervenções no local.
MAIS CARROS
Durante a reunião, também foi abordada a questão do aumento do público flutuante na região. Para os organizadores, com duas universidades, um shopping e acesso às estações Tatuapé e Carrão do Metrô, a população local quase dobra em horários de pico do comércio e de entrada e saída de jovens das instituições de ensino. Dentro do contexto, o conjunto de reivindicações alertava para a quantidade de veículos estacionados nas ruas e para a elevação do número de furtos de carros, estepes, objetos e até sequestros relâmpagos.
RONDAS
Com relação a essas ocorrências, o comandante da 2ª Cia. do 51º Batalhão da PM, capitão Edson Serra, afirmou procurar atender aos pedidos. No entanto, ao mesmo tempo ele pediu que os moradores ou vítimas não deixem de registrar os boletins, pois os mesmos fariam parte dos índices de criminalidade. Com base nos dados obtidos, o comandante revelou conseguir direcionar as viaturas e motos para as rondas em endereços e horários específicos.
FURTOS E ROUBOS
Outro ponto levantado pelos moradores, principalmente por síndicos, condôminos e vizinhos da Comunidade do Pau Queimado, versava sobre o intenso tráfego de usuários de drogas pelas ruas do bairro, que chegava a triplicar em determinados horários do dia e da noite. Conforme a declaração, era impossível aos moradores conseguirem caminhar tranquilamente pelas calçadas, pois eram abordados a todo o instante por viciados pedindo dinheiro ou os ameaçando em troca de objetos pessoais.
HABITAÇÃO
No que diz respeito aos usuários de entorpecentes, atualmente a PM tem conseguido apreender, quase todos os dias, suspeitos, drogas, celulares e armas, que estão sendo encaminhados ao 52º DP para abertura de boletins de ocorrência e inquéritos, dependendo de cada caso. Já no tocante à reurbanização da comunidade, com o amparo a famílias e construção de imóveis ligados a programas habitacionais da CDHU ou do Minha Casa Minha Vida, o processo continua parado. Esta falha, inclusive, vem provocando novas denúncias, como o avanço de barracos sobre o Córrego Tatuapé, assoreando e desviando o curso do mesmo.
ESMAGA SAPO
Quanto à Comunidade do Esmaga Sapo, que fica junto à linha da CPTM, em frente à Praça Comendador Adelino Ribeiro, técnicos da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) informaram à época que havia negociações para efetivar a remoção das famílias do local. Contudo, era necessário aguardar uma decisão da Justiça para poder prosseguir na reintegração de posse. No entanto, de abril para cá, não ocorreu nenhuma mudança e as pessoas permanecem em seus barracos. Como dantes, também, as crianças continuam correndo risco de atropelamento ao ficarem circulando entre os carros.
MAIS ATITUDE
Por fim, as pessoas solicitaram podas de árvores, limpeza de ruas e calçadas, tapa-buraco e recapeamento. Sobre esses pedidos, a Subprefeitura Mooca programou uma “Mega Ação de Limpeza” para o Parque São Jorge, realizada em julho último. Conforme o subprefeito Evando Reis, foram três dias de trabalho intenso com a execução de diversos serviços em muitas ruas. Passados quatro meses da audiência e um da Mega Ação, os moradores já estão cobrando o retorno da subprefeitura na região. Para muitos moradores, os vereadores também deveriam ser mais incisivos em suas manifestações para que a audiência trouxesse resultados mais palpáveis.