No sábado anterior, 13, centenas de pessoas voltaram a se reunir na igreja do Largo São José do Belém como ponto de partida para uma passeata pelas ruas do bairro. O protesto lembrou a morte do jovem estudante Victor Hugo Deppman, de 19 anos, e também cobrou uma postura mais rígida da Secretaria da Segurança Pública e do governador Geraldo Alckmin. Manifestantes carregavam bandeiras do Brasil, bandeiras brancas e diversos cartazes. Uns pediam aumento de salário para policiais militares, enquanto outros lembravam os políticos de que em outubro de 2014 haverá eleições.
REPERCUSSÃO
Depois das manifestações, durante toda a semana passada o assunto repercutiu na mídia e motivou o governador a levar ao Congresso um projeto de lei que pede duas alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Uma é a pena maior para os jovens que cometerem delitos graves. A outra é a transferência dessas pessoas para uma prisão comum, quando elas completarem 18 anos.
VIATURAS
De acordo com o presidente da Associação por um Belém Melhor, Luiz Carlos Modugno, o bairro não possui viaturas suficientes em comparação ao número de moradores que vivem na região. Por conta disso, há mais de um mês os integrantes da entidade vinham cobrando melhorias na segurança do local, até que ocorreu a tragédia com o estudante.
REDES SOCIAIS
Agora, é possível ver nas redes sociais um abaixo-assinado eletrônico com o seguinte texto: “Nós, moradores, comerciantes e trabalhadores do bairro do Belenzinho, indignados com a atual situação de falta de segurança pública nas ruas do bairro, solicitamos em caráter de urgência um maior efetivo policial e
a reabertura do 81º Distrito Policial para registro de Boletim de Ocorrência em
casos de flagrante”. No dia 11 de abril o delegado André Pimentel, do 81° DP, disse ao jornal O Estado de S.Paulo que este foi o primeiro latrocínio do ano e o Belém ainda é um dos bairros com o menor número de ocorrências violentas da cidade.
PESQUISA
Na última quarta-feira, 17, o Instituto Datafolha publicou uma pesquisa mostrando que, se dependesse apenas dos paulistanos, a maioridade penal no Brasil, que hoje é de 18 anos, seria reduzida para 16. Segundo os dados, 93% dos moradores da capital paulista concordam com a diminuição da idade em que uma pessoa deve responder criminalmente por seus atos. Outros 6% são contra, e 1% não soube responder. Os pesquisadores ouviram 600 pessoas. A margem de erro é de quatro pontos (para mais ou menos). Em consultas anteriores, em 2003 e 2006, a aprovação à medida pelos moradores da cidade foi de 83% e 88%, respectivamente.